Confederação Sindical lembra que 60 milhões de trabalhadores da UE dependem de plano de recuperação
16 de jul. de 2020, 08:54
— Lusa/AO Online
A carta da CES, divulgada pela UGT, foi
dirigida aos presidentes das instituições europeias e aos
primeiros-ministros e chefes de Estado dos 27 países da UE para os
incitar a não adiar ainda mais a adoção do pacote de 750 mil milhões de
euros necessário para salvar e criar empregos.“O
movimento sindical em toda a Europa apela a todos os chefes de Governo
ou Estado da União Europeia para que assumam a responsabilidade coletiva
de apoiar o plano de recuperação proposto, de 750 mil milhões de euros,
na reunião do Conselho Europeu de 17 e 18 de julho”, diz a missiva.Segundo
a CES, que considera crucial o próximo Conselho Europeu, mais de 10% da
população da UE depende do fundo de recuperação para evitar ou escapar
do desemprego.A CES lembrou aos líderes
europeus que existem atualmente na União Europeia 14,3 milhões de
desempregados permanentes, 45 milhões de trabalhadores em regime de
trabalho de curta duração e 2,5 milhões de trabalhadores com contratos
de muito curta duração, considerando ambos os grupos vulneráveis ao
desemprego.A soma dos desempregados, com os trabalhadores vulneráveis, chega aos 61,8 milhões de trabalhadores.
“Juntas, essas são mais de 60 milhões de razões para lançar um plano de
recuperação da UE agora. O plano de recuperação é provavelmente a
decisão mais importante a ser tomada pela União Europeia por mais de uma
década e não pode ser adiada novamente. Adiar o risco pode levar
milhões ao desemprego e a um custo financeiro para os governos, muito
mais alto do que financiar a recuperação”, afirmou a confederação.Na
carta o secretário-geral da CES, Luca Visentini, e o seu presidente,
Laurent Berge, lembram ainda que as previsões para a recessão e para o
desemprego continuam a piorar e que, nos primeiros três meses das
restrições relacionadas com a covid-19, “o desemprego aumentou em
900.000 em toda a UE, para um total chocante de 14,3 milhões”.“Estes
números económicos alarmantes trarão graves consequências sociais e
políticas, que advêm de uma situação que já é inaceitável: a
desigualdade é demasiado elevada; o salário médio dos trabalhadores em
um terço dos países da UE é inferior ao de há dez anos ou, quase o
mesmo”, considerou a CES.