Confederação Independente de Pais defende ensino à distância para 3.º ciclo e secundário
Covid-19
18 de jan. de 2021, 12:43
— Lusa/AO Online
“Temos
todos muitas dúvidas sobre a forma como estas infeções ocorrem, mas
penso que ninguém sabe, porque estamos perante um vírus invisível e como
tal há que agir e rever decisões já tomadas”, defende a organização
numa carta enviada ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Na
missiva a confederação alerta que são cada vez mais as situações de
alunos em isolamento profilático ou já infetados e que a existência de
casos individuais de covid-19 (suspeitos ou confirmados) em escolas
prejudica o normal decurso das atividades letivas.A
Confederação Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE)
refere que a atuação dos vários delegados de saúde tem sido díspar de
concelho para concelho, quando deveriam seguir o mesmo protocolo.A
existência de atuações diferentes na forma de agir, acrescenta, levam a
comunidade educativa a menosprezar comportamentos de risco.O
apelo para o regresso ao ensino à distância para os alunos do 3.º ciclo
e secundário assenta ainda no facto de a CNIPE considerar que em caso
de ser detetada uma suspeição ou infeção em algum docente, as suas
turmas ficam prejudicadas face às demais, quer da escola que do resto do
país.No que respeita aos alunos, uma
situação idêntica prejudica os colegas involuntariamente e esse aluno é
também duplamente penalizado, quer por questões de saúde quer pelo
afastamento da sua turma de origem.“Deve
contribuir-se para uma harmonização geral do direito ao ensino, pelo que
se deverá combater qualquer situação de desigualdade, seja ela pontual
ou sistemática”, defende a CNIPE.A
confederação alerta também para o facto de a nova estirpe identificada
no Reino Unido ter sido considerada mais infecciosa e mais propensa a
atingir a faixa etária em idade escolar.“Pelos
motivos invocados, torna-se imperativo que as escolas acompanhem a
modalidade de trabalho imposta à generalidade da população nos próximos
dias”, defende a CNIPE em comunicado.A
CNIPE adianta ainda que tem reunido nos últimos dias a sua direção com
federações de pais, nomeadamente do Algarve, Leiria e Viseu,
acompanhando os desenvolvimentos desde o dia 13 de janeiro, sobre o novo
Estado de Emergência, e que existe uma grande preocupação por parte dos
pais, quer na sua forma individual quer através das suas organizações
representativas.Em 12 de janeiro a CNIPE
publicou um inquérito online a nível nacional dirigido aos pais, ao qual
responderam mais de cinco mil pessoas, sobre a tomada de decisão de
encerrar ou não as escolas e em que condições e garante que foram
milhares os pais a participarem em apenas 12 horas, tendo ficado provada
a falta de unidade educativa.Quase metade
dos inquiridos (46,4%) defenderam que a melhor solução era que as
escolas passassem “todas a regime à distância”, segundo os resultados do
inquérito.Os restantes inquiridos
dividiram-se entre os 18,3% que acham que as aulas devem continuar tal
como estão (com ensino presencial) e os 11,8% que defendem que apenas os
alunos mais velhos (do 3.º ciclo e secundário) devem voltar a ter aulas
à distância.Há também quem entenda que a
melhor solução era um regime misto: Duas semanas de aulas em regime
presencial e duas semanas à distância foi a opção escolhida por 8% dos
inquiridos.O inquérito da CNIPE também
quis saber a opinião dos pais sobre o funcionamento das cantinas durante
o confinamento: Mais de 80% das pessoas defenderam que mesmo com as
escolas fechadas as cantinas deveriam permanecer abertas para garantir
as refeições dos alunos em regime 'takeaway'.Metade
dos inquiridos (54,6%) consideraram que basta ter a funcionar uma
cantina por agrupamento, enquanto 28% defenderam que deveriam estar
abertas todas as cantinas. Apenas 16,9% entenderam que não faz sentido
manter as cantinas a funcionar durante o confinamento.