Confederação dos Agricultores compromete-se a defender Açores em novo ciclo da PAC
11 de nov. de 2022, 15:56
— Lusa/AO Online
"Os
agricultores dos Açores têm exatamente o mesmo tratamento do que os de
outras regiões do país", afirmou Eduardo Oliveira e Sousa, em
declarações aos jornalistas, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.O
dirigente da CAP falava após uma audiência com o presidente do Governo
Regional dos Açores, referindo que "a partir de janeiro" se abre "um
novo ciclo" da PAC que vai trazer "algumas alterações de funcionamento".Segundo
Eduardo Oliveira e Sousa, neste "novo ciclo" da PAC, a grande alteração
prende-se com "a forma de funcionamento que Bruxelas definiu para toda a
Europa", no sentido de simplificar e de concentrar a gestão do apoio
financeiro.O pacote financeiro para
Portugal na Política Agrícola, que agora termina, tinha três pacotes, um
destinado ao continente, outro para a Madeira e ainda um outro para os
Açores."Agora, haverá um pacote único. E,
portanto, vamos ter de agilizar internamente como é que a gestão desse
pacote financeiro da PAC vai ser gerido no futuro. E, isso vai ter que
necessariamente aproximar as estruturas aos agricultores em particular",
sublinhou.Neste sentido, o dirigente
associativo realçou que a CAP tem "um histórico de entendimento e
integração da representação Açores no contexto nacional", destacando que
o arquipélago tem "uma estrutura associativa exemplar" que "reflete a
verdadeira missão das organizações de agricultores"."A
CAP existe para servir os agricultores, incluindo as organizações dos
agricultores dos Açores e vice-versa. Nós também retiramos aquilo de bem
que se faz nos Açores para outras regiões e para defender em Bruxelas, e
no governo nacional, aquilo que tem de ser defendido", sublinhou
Eduardo Oliveira e Sousa.O presidente da
CAP assinalou, ainda, a importância económica do mundo rural nos Açores e
das atividades ligadas à agricultura, nomeadamente a produção de leite e
as várias culturas "emblemáticas" como é o caso do ananás.O
presidente do Governo dos Açores afirmou que a aplicação da PAC em
Portugal deve contar "em primeiro lugar com a parceria do movimento
associativo"."Contamos com essa parceria e
confiamos de certeza mais por exemplo neste movimento associativo e no
papel da CAP do que nos burocratas dos gabinetes de qualquer ministério,
qualquer que seja ele", sublinhou José Manuel Bolieiro, em declarações
aos jornalistas.O chefe do executivo
açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) disse que os movimentos associativos devem ser
os "principais protagonistas e interlocutores" quanto a "uma boa
aplicação da nova PAC", frisando que os Açores "contam com a compreensão
da integralidade do território"."O
Governo da República deve estar capacitado para compreender, e se tem
intenção em contrário, fica já denunciada esta intenção como um grave
erro, de não contar com o movimento associativo português dos
agricultores para uma boa aplicação, para a definição de um rumo
estratégico para a agricultura e da economia agrícola e do valor do
empreendedorismo agrícola em Portugal", vincou. No que diz respeito ao Governo dos Açores "fica já feita uma declaração de interesse”, disse. “Contamos
com a CAP, achamos que deve ser decisiva a sua participação como
parceiro na aplicação e na relação direta com a economia agrícola e
produtores de Portugal e portanto também dos açorianos e dos Açores",
reforçou.