Confederação do Turismo quer mais apoios para empresas
4 de nov. de 2020, 09:22
— Lusa/AO Online
"As medidas de apoio às empresas que o Governo
tomou foram muito importantes, mas já foram ultrapassadas. Por isso,
são necessárias novas medidas para apoiar as empresas, de forma a que
elas possam sobreviver", disse aos jornalistas o presidente da CTP à
saída de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa.O Presidente da República está a
auscultar os parceiros sociais, depois de ter ouvido os partidos
políticos, sobre a declaração de um novo estado de emergência para fazer
face à evolução da pandemia.O
primeiro-ministro propôs na segunda-feira ao Presidente da República que
seja decretado o estado de emergência - que pretende ver renovado por
um período alargado - "com natureza preventiva" para "eliminar dúvidas"
sobre a ação do Governo para a proteção dos cidadãos em relação à
pandemia da covid-19 em quatro áreas.As
quatro dimensões em que o executivo pretende um quadro jurídico mais
robusto são as restrições à circulação em determinados períodos do dia
ou de dias de semana, ou ainda entre concelhos; a possibilidade de
requisição de meios aos setores privado e social da saúde; a abertura
para a requisição de trabalhadores (seja no setor público ou no
privado), alterando eventualmente o seu conteúdo funcional, para
auxiliarem em missões consideradas urgentes no combate à pandemia; e a
legalidade da recolhe de temperatura, seja no acesso ao local de
trabalho, seja no acesso a qualquer outro espaço público.Francisco
Calheiros disse no palácio de Belém que não se pronuncia sobre a
dicotomia entre a saúde pública e a economia, mas lembrou que a economia
está parada há nove meses."Há várias
empresas do setor do turismo que não abrem desde abril", especificou,
acrescentando que, perante esta situação, "não existem medidas
suficientes" nem para as empresas nem para os trabalhadores.O
presidente da CTP considerou ainda que "os próximos tempos não vão ser
nada bons", porque a pandemia "está a durar mais tempo do que se
pensava, já vai em nove meses, e o inverno ainda nem começou". O estado de emergência vigorou em Portugal entre 19 de março e 02 de maio.De
acordo com a Constituição da República, a declaração do estado de
emergência pode determinar a suspensão de alguns dos direitos,
liberdades e garantias, por um prazo máximo de 15 dias, sem prejuízo de
eventuais renovações com o mesmo limite temporal. Em
Portugal, os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus foram
detetados no dia 02 de março e até agora já morreram mais de 2.500
pessoas dos quase 147 mil casos de infeção confirmados, de acordo com
dados da Direção-Geral da Saúde.