Confederação do Comércio acompanha distribuição alimentar no apoio a IVA zero em 2024
OE2024
20 de out. de 2023, 12:09
— Lusa/AO Online
“A
Confederação do Comércio e Serviços de Portugal apoia e acompanha a
posição da sua associada ADIPA, a Associação dos Distribuidores de
Produtos Alimentares, que considera essencial a manutenção da medida IVA
zero, durante o primeiro semestre de 2024”, refere um comunicado
divulgado pela CCP.No documento,
sublinhando que a ADIPA integra empresas de distribuição grossista
alimentar e de pequenas e médias empresas retalhistas independentes, a
CCP considerou que é “essencial a manutenção da medida”, citando o
presidente da associação, Luís Brás.“Tal
como referido, em comunicado, pelo secretário-geral da ADIPA, Luís Brás:
‘As razões que justificaram a adoção por parte do Governo da medida,
aplicada a um cabaz de produtos alimentares essenciais, continuam a
verificar-se na atual conjuntura, dada a elevada instabilidade
internacional nomeadamente com a situação que se vive na Ucrânia,
agravada pelo recente conflito no Médio Oriente’”, aponta a
confederação.Segundo a ADIPA, “no curto
prazo, não se prevê uma inversão deste quadro global”, sendo expectável
“a manutenção de uma forte pressão nos mercados internacionais” que terá
“impacto direto nos preços a montante da cadeia de abastecimento
alimentar”.Assim, tendo em conta os
efeitos do IVA zero e a discussão do Orçamento do Estado para 2024
(OE2024), que está em andamento, a ADIPA “considera essencial a
manutenção da medida IVA zero durante o primeiro semestre de 2024”.A
isenção de IVA do cabaz de 46 géneros alimentares não vai ser renovada
em 2024, estando prevista uma compensação de valor equivalente no
reforço das prestações sociais das famílias mais vulneráveis.A
alteração do modelo foi anunciada pelo ministro das Finanças, Fernando
Medina, na apresentação da proposta de OE2024, no dia 10 de outubro."A
nossa opção é tornar permanente a compensação equivalente ao IVA zero
no conjunto das prestações sociais que abrangem os mais vulneráveis da
sociedade", disse o ministro, detalhando que, desta forma, em vez de
existir um mecanismo geral de que todos beneficiam, este será
direcionado para as famílias mais vulneráveis.O
IVA zero começou a ser aplicado em abril e devia ter terminado em
outubro, mas foi, entretanto, prorrogado até ao final do ano, tendo
contribuído para a redução do preço do cabaz de alimentos.Questionado
sobre se não receia que o fim da medida possa causar pressão
inflacionista nos preços, Fernando Medina afirmou acreditar que "haverá
interesse de todos os agentes envolvidos" numa transição "adequada deste
regime para o novo regime", dizendo, de resto, estar a contar com isso.