Condenação quase unânime a Moscovo e pedidos de sanções severas
Ucrânia
22 de fev. de 2022, 16:48
— Lusa/AO Online
As
vozes dissonantes vieram do Irão, que considera que foram “as ações
provocatórias da NATO, apoiadas pelos Estados Unidos, que complicaram a
situação na região", e da Síria, que disse ter a intenção de
fortalecer os laços com as autoproclamadas repúblicas separatistas de
Donetsk e Lugansk.O secretário-geral da
NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que o reconhecimento pela Rússia da
independência destas duas autoproclamadas repúblicas separatistas “é uma
violação deliberada do direito internacional e dos acordos de Minsk,
que aumenta drasticamente as tensões na Europa", numa mensagem no
Twitter.O político norueguês expressou-se
assim depois de se reunir em Bruxelas com o ministro dos Negócios
Estrangeiros da Polónia, Zbigniew Rau, que exerce a presidência rotativa
da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).A Polónia e outros países vizinhos da Ucrânia, além de condenarem o ato de Moscovo, pedem sanções severas.O
ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, defende "sanções sérias,
não simbólicas" contra Moscovo, porque só assim será evitado o "regresso
do império soviético"."A reação a tudo o
que aconteceu em 2014, isto é, à agressão da Rússia contra a Ucrânia,
foi demasiado fraca e hoje sofremos as consequências", disse em
declarações à imprensa em VarsóviaNo mesmo
sentido pronunciou-se a Lituânia, através do seu ministro dos Negócios
Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis, que foi uma das vozes mais
críticas das manobras russas, pedindo unidade da ação europeia."A
Rússia considera que não estamos unidos, que não lhes aplicaremos
sanções. Vamos mostrar-lhe que estamos e que podemos afetá-la pelo que
está a fazer", disse Landsbergis, cujo país está na linha da frente das
tensões russas como um dos antigos membros da URSS.A
Eslováquia considera "inaceitável" o reconhecimento por Moscovo da
independência das províncias separatistas ucranianas, disse o ministro
dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Ivan Korcok, em comunicado.Outra
antiga república comunista, a Eslováquia aderiu à NATO em 2004 e
aprovou em 9 de fevereiro um acordo de cooperação que permite aos
Estados Unidos aumentar a sua presença militar no país.O
primeiro-ministro da Eslovénia, Janez Jansa, condenou o "ato ilegal" de
Putin e propôs que a União Europeia convide a Ucrânia a aderir ao bloco
comunitário como membro efetivo.O
primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, condenou a "inaceitável
violação da soberania democrática e da integridade territorial da
Ucrânia" pela Rússia, posição idêntica à da Holanda, com o
primeiro-ministro, Mark Rutte, a afirmar que é um passo “muito grave” e
que “não pode ficar sem resposta”.A
Áustria quer que as novas sanções que a UE imponha à Rússia sejam
anunciadas e aplicadas de forma "seletiva" e "escalonada", considerando
que as provocações do Kremlin na Ucrânia "ainda não atingiram o seu
auge", como advertiu o chanceler federal austríaco, Karl Nehammer.O
Presidente romeno, Klaus Iohannis, pediu "uma resposta internacional
severa" a “uma violação flagrante da legalidade internacional”,
expressão também usada pelo primeiro-ministro da Croácia, Andrej
Plenkovic, num comunicado em que escreve que "junto com os parceiros da
UE expressa solidariedade” ao Governo e ao povo ucraniano.O
primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, um dos
melhores aliados da Rússia na UE, assegurou que o seu país partilha da
posição conjunta do bloco em relação à Ucrânia, embora o seu Governo não
tenha condenado de momento a decisão russa de reconhecer a
independência de Donetsk e Lugansk."Esta
noite falei com o presidente do Conselho Europeu (Charles Michel).
Deixei claro que a Hungria faz parte da posição comunitária comum. As
negociações prosseguem", disse Orbán numa breve mensagem publicada no
Facebook.Também a Turquia condenou o
"inaceitável" ato de Moscovo de reconhecer as repúblicas separatistas
pró-russas de Donetsk e Lugansk, como afirmou o Presidente turco, Recep
Tayyip Erdogan.