Concurso público do INEM para helicópteros termina sem propostas válidas
2 de abr. de 2024, 11:21
— Lusa/AO Online
“O concurso
público lançado em janeiro de 2024 pela SPMS – Serviços Partilhados do
Ministério da Saúde recebeu propostas de duas empresas, mas ambas com
valores significativamente superiores ao preço base do concurso, que se
situava nos 54 milhões de euros”, lê-se num comunicado do Instituto
Nacional de Emergência Médica (INEM).Por
esse motivo, a instituição vai “iniciar os procedimentos necessários
para lançamento de um novo concurso público para locação de meios aéreos
e aquisição de serviços de operação, gestão da aeronavegabilidade
permanente e manutenção das aeronaves”.Dois
dos quatro helicópteros de emergência médica ao serviço do INEM estão
desde 01 de janeiro a operar só durante o dia, porque numa consulta ao
mercado não foi possível encontrar uma empresa que garantisse o serviço
dos quatro helicópteros durante 24 horas por dia pelo valor estipulado.Em
declarações à agência Lusa na altura, o presidente do INEM, Luís Meira,
explicou que o valor disponível para este serviço, para o período
2024-2028, já passara de 7,5 para 12 milhões de euros anuais, um aumento
de 60%.Mesmo assim, das duas empresas que
responderam, uma apresentou valores acima dos limites e a outra, a que
está atualmente a garantir o serviço, disse que só poderia manter dois
helicópteros 24 horas por dia.O
responsável disse esperar que esta situação durasse no máximo seis
meses, e que depois do concurso se regresse aos quatro helicópteros
disponíveis 24 horas por dia.No entanto o
INEM informa agora que não foi possível encontrar uma solução no
concurso público lançado em janeiro, pelo que será necessário abrir novo
procedimento.“O facto de este concurso
público ter recebido apenas duas propostas, e com valores muito acima do
preço base estabelecido, vem justificar as decisões tomadas pelo INEM,
nomeadamente a necessidade de redução do tempo de atividade de duas
aeronaves”, lê-se no comunicado hoje divulgado.Até
junho de 2024, esclarece ainda o instituto, o serviço de helicópteros
de emergência médica está assegurado através de contrato estabelecido
com o atual operador, dentro do valor autorizado pelo Governo e com um
dispositivo composto por quatro aeronaves, duas médias a operar 24 horas
por dia e duas ligeiras a operar 12. Os
helicópteros com horário reduzido são os que operam a partir de Viseu e
Évora, enquanto os helicópteros baseados em Macedo de Cavaleiros e Loulé
mantêm o seu funcionamento 24 horas por dia.A
redução do horário de funcionamento de dois dos helicópteros motivou
críticas de autarquias e do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil
(SPAC), que apresentou ao Tribunal de Contas uma denúncia sobre o
contrato de ajuste direto entre o INEM e a empresa que opera os
helicópteros.