Concorrência dá 'luz verde' a controlo estatal da companhia
TAP
21 de out. de 2020, 11:23
— Lusa/AO Online
O Conselho da AdC adotou na
terça-feira a decisão de não oposição na operação de concentração
República Portuguesa/TAP SGPS, em resposta à notificação da
Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) da aquisição do controlo
exclusivo sobre o capital da companhia aérea portuguesa, que acresce à
participação detida pela Parpública - Participações Públicas."No
uso da competência que lhe é conferida [...] delibera adotar uma
decisão de não oposição à operação de concentração [...] uma vez que a
mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência
efetiva nos mercados relevantes identificados", escreve aquele Conselho
na decisão publicada no 'site'.Em 02 de
julho, o Governo anunciou que tinha chegado a acordo com os acionistas
privados da TAP, para deter 72,5% do capital da companhia aérea
portuguesa, por 55 milhões de euros.No
início de agosto, os acionistas da companhia aérea brasileira Azul,
liderada por David Neeleman, aprovaram, em assembleia-geral, o acordo de
saída da TAP, incluindo a eliminação de direitos de converter em ações
das obrigações relativas ao empréstimo da Azul à TAP, realizado em 2016,
de 90 milhões de euros, e a alienação da posição da Global AzurAir
Projects na TAP.Além do empréstimo
remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões - ao qual podem acrescer
254 milhões, sem que o Estado esteja vinculado à essa disponibilização
-, envolveu a aquisição, por parte do Estado português, de participações
sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações
acessórias da atual acionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.Desta
forma, o Estado português ficou com uma participação social total de
72,5%, sendo o restante capital detido pelo empresário Humberto Pedrosa
(22,5%) e os trabalhadores (5%). O Grupo
TAP registou um prejuízo de 606 milhões de euros no primeiro semestre,
dos quais 582 milhões se referem exclusivamente à aviação (TAP S.A.).