Conclusões de inquérito ao setor público açoriano aprovadas por maioria do PS
30 de jan. de 2019, 10:26
— Lusa/AO Online
O
relatório final da comissão foi aprovado em reunião da comissão na
delegação da Assembleia Legislativa Regional dos Açores em Angra do
Heroísmo, no segundo de dois dias de discussão do documento.O
texto teve como relator o deputado do PSD António Vasco Viveiros, mas o
relatório só foi viabilizado pela maioria do PS após a introdução de
propostas de alteração dos socialistas.Das
23 propostas de conclusões apresentadas e aprovadas pelo PS, o PSD
votou contra 20 e favoravelmente a uma, tendo-se abstido nas restantes
duas, o CDS aprovou sete, absteve-se em relação a uma e votou contra as
restantes, e o BE rejeitou quatro, aprovou sete e absteve-se nas
restantes 12.As
alterações do grupo socialista inserem no documento aprovado a
conclusão de que “o papel económico e social desempenhado" pelas
empresas públicas açorianas "justifica a intervenção do acionista para
reestruturar e recapitalizar as entidades", acautelando o "interesse da
Região Autónoma dos Açores na prossecução de novas necessidades
coletivas e melhoria da qualidade do serviço prestado”.Conclui-se
que as entidades regionais "constituíram-se como um instrumento
estratégico fundamental para permitir à região meios de intervenção
económica e social que proporcionaram, a todos os açorianos e a todas as
ilhas, a melhoria dos níveis de bem-estar, de coesão e de
desenvolvimento", acrescentando o texto que os Açores apresentaram em
2016 "um crescimento real do PIB no valor de 2,5% e em 2017 de 2,4%,
atingindo o valor mais alto de sempre”.O
texto originalmente apresentado pelo relator, sugeria, no entanto, que
“algumas entidades do setor público empresarial regional analisadas pela
comissão e com elevada expressão financeira, revelaram-se incapazes na
prossecução do interesse público ao ponto de o próprio Governo Regional
ter anunciado a intenção de as extinguir”.Da
primeira versão do documento constava que “as justificações
apresentadas para algumas atuações, que se revelaram ruinosas no âmbito
da gestão das entidades analisadas, e um suposto benefício para os
açorianos, nomeadamente numa vertente de cariz social, não foi efetiva,
ou seja, não cumpriu com esse desiderato social, conforme se comprovou
com os recentes indicadores de pobreza revelados pelo INE" sobre a
região.A nova
redação sublinha, no entanto, que “as justificações apresentadas para
algumas atuações" permitiram "assegurar milhares de postos de trabalho,
conforme fica evidenciado pela redução para metade da taxa de
desemprego, entre 2014 a 2018, entre outros indicadores publicados”.As
versões diferem, também, na análise que é feita ao papel das diversas
entidades representadas, salientando-se o grupo SATA que, na versão
apresentada pelo relator, é descrita como tendo uma gestão “desastrosa”,
sendo que a proposta do PS evidencia “um papel fulcral na manutenção de
postos de trabalho e das empresas ligadas ao setor do turismo, com
impacto positivo na economia regional.”A
comissão de inquérito foi criada, em janeiro de 2018, para “promover o
diagnóstico da situação económica das entidades do setor público
empresarial regional e conferir, avaliar e concluir sobre as políticas
estabelecidas, orientações estratégicas de gestão, contratos de
concessão e contratos de gestão”, tendo como objeto os dados financeiros
das entidades regionais sob alçada pública, com exceção dos hospitais
públicos e grupo EDA, referentes aos anos de 2016 e 2017.Nela,
participam seis deputados do PS, três do PSD, um do CDS-PP e um do BE,
tendo, ainda, direito de participação sem direito ao voto a um
parlamentar do PPM e um do PCP.