Autor: Lusa/AO Online
Segundo uma nota de imprensa do executivo açoriano, foram recebidas 495 respostas aos inquéritos, “representando o uso do oceano de cerca de 1.100 pessoas que partilharam o seu conhecimento do mar dos Açores”.
Durante três semanas, os participantes foram convidados a indicar e a classificar por grau de importância as zonas do oceano que mais utilizam e valorizam, como as áreas da pesca ou de atividades lúdicas.
Esta iniciativa é realizada no âmbito do Programa Blue Azores, iniciativa centrada na conservação e no uso sustentável dos recursos marinhos, que visa proteger 30% do mar dos Açores através de Áreas Marinhas Protegidas.
Os resultados deste processo serão depois utilizados na definição das Áreas Marinhas Protegidas dos Açores.
As informações obtidas no inquérito “irão complementar e aprofundar os dados científicos existentes, ajudando a preencher lacunas relacionadas com as atividades que ocorrem nas zonas costeiras do arquipélago”, indica o Governo.
A informação recolhida pelo inquérito será trabalhada e transposta para mapas, ilha a ilha, que indicarão as áreas mais importantes para as pescas, mas também as zonas marítimas consideradas turísticas ou reservadas a atividades lúdicas.
As próximas ilhas que vão receber os inquéritos de mapeamento dos usos do oceano são a Graciosa, Pico, Faial, e São Jorge.
A 07 de março, o presidente do Governo açoriano reiterou o objetivo de atingir até 2023, sete anos antes da meta definida pela União Europeia, os 30% de Áreas Marinhas Protegidas (AMP), salientando que os Açores querem ser "um bom exemplo" mundial.
"O que nós temos é um objetivo de proteção de 30% da nossa Zona Económica e Exclusiva. Um total de 15% de áreas marinhas totalmente protegidas e os outros 15% protegidas. E, por isso, são os objetivos e as metas que queremos alcançar e que ficaram bem claras desde a primeira reunião", sublinhou José Manuel Bolieiro, em declarações aos jornalistas.
Na sessão de abertura da reunião para definição de novas Áreas Marinhas Protegidas (AMP), em Ponta Delgada, Bolieiro lembrou a meta definida pela Estratégia de Biodiversidade da União Europeia (UE), que pretende a implementação de Áreas Protegidas em 30% do mar europeu até 2030.
Divulgado
em novembro de 2019, o relatório do programa Blue Azores sugeriu o
aumento significativo das zonas sob proteção total na zona económica
exclusiva (ZEE) dos Açores, uma vez que as áreas marinhas protegidas
existentes "não mostram benefícios claros".