Concertação Social volta a discutir hoje acordo de rendimentos e competitividade
12 de fev. de 2020, 10:39
— Lusa/AO Online
A reunião da Concertação Social desta tarde,
que decorre no Conselho Económico e Social (CES), em Lisboa, conta com a
presença dos ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital,
Siza Vieira, e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes
Godinho, e é a quarta relativa ao acordo de médio prazo sobre
competitividade e rendimentos. A discussão
arrancou em 27 de novembro e no primeiro encontro o Governo traçou como
objetivo aumentos salariais no setor privado superiores à soma da
inflação e da produtividade, que segundo as contas do executivo, apontam
para 2,7% em 2020, 2,9% para 2021 e 2022 e 3,2% para 2023.A
maioria dos parceiros sociais manifestou-se de imediato contra o
referencial de aumentos indicado pelo Governo, defendendo que esta é uma
matéria da negociação coletiva. O Governo
apresentou então na última reunião, em 27 de janeiro, um documento de
trabalho que continuará hoje a ser discutido onde defende que a
valorização dos salários deve seguir uma “metodologia de fixação anual
de referência para atualização dos salários, por setor, tendo em conta a
evolução esperada e os ganhos de produtividade e inflação”.No
final do encontro, o ministro de Estado e da Economia sublinhou que o
Governo "nunca propôs o referencial único de 2,7%” para atualização dos
salários no privado.Siza Vieira afirmou
que o documento que o Governo apresentou aos parceiros sociais na
primeira reunião “estabelecia as previsões para a inflação e
produtividade”, prevendo um crescimento de 2,7% e que para atingir o
objetivo de valorização salarial “seria desejável que os salários no seu
conjunto crescessem mais do que esse valor”. “Mas
isto não é uma coisa que possamos determinar em Concertação Social”,
defendeu o ministro de Estado e da Economia, afirmando que esta é uma
matéria para a negociação coletiva.Segundo
Siza Vieira, o que está em cima da mesa da Concertação Social é uma
discussão sobre “uma metodologia que mereça o consenso dos parceiros
sociais e que permita depois que, no exercício da liberdade sindical e
das associações patronais e empresas”, todos possam contribuir para a
concretização do objetivo de valorização salarial. As
reuniões prosseguem agora a um ritmo de 15 em 15 dias, com o Governo a
esperar fechar o acordo ainda no primeiro trimestre do ano. No
documento, o Governo apresentou 11 pontos para discussão, entre os
quais a valorização dos salários, a valorização dos jovens qualificados,
os rendimentos não salariais, a formação profissional e a qualificação,
a fiscalidade e o financiamento, a inovação e o desenvolvimento, a
simplificação administrativa e a demografia.