Concertação social discute hoje acordos de mobilidade de trabalhadores
29 de jun. de 2022, 09:17
— Lusa/AO Online
A reunião da
Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS), presidida pela
ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes
Godinho, realiza-se esta tarde no Conselho Económico e Social (CES), em
Lisboa.Na
ordem de trabalhos da reunião constam os acordos de mobilidade de
trabalhadores, bem como a simplificação do regime jurídico de entrada,
permanência, saída e afastamento de estrangeiros.Os
parceiros sociais irão ainda discutir as prioridades nacionais a
incluir no Programa de Trabalho da Comissão Europeia para o ano de 2023,
segundo a convocatória.Em
15 de julho o Conselho de Ministros aprovou vários diplomas relativos à
mobilidade de trabalhadores, entre eles a proposta de lei que altera o
regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de
estrangeiros do território nacional. "Esta
alteração constitui um primeiro passo para alcançar os objetivos
consagrados no Acordo sobre a Mobilidade entre os Estados-Membros da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e para permitir que o
mesmo possa ser aplicado a todos os Estados-membros à medida que
depositem os respetivos instrumentos de ratificação", pode ler-se no
comunicado do Conselho de Ministros.A
alteração estabelece ainda "procedimentos que permitem atrair uma
imigração regulada e integrada, destacando-se a definição de um título
de duração limitada que permite a entrada legal de imigrantes em
Portugal com o objetivo de procura de trabalho", indica o mesmo
documento.Foi
ainda aprovado pelo Conselho de Ministros o decreto que aprova o Acordo
entre a República Portuguesa e o Reino de Marrocos sobre o Trabalho e a
Estada de Trabalhadores Marroquinos na República Portuguesa, assinado
em Lisboa e Rabat.Este
acordo define os procedimentos para a admissão de cidadãos marroquinos
para o desempenho de uma atividade profissional, ao abrigo de um
contrato de trabalho, no território português.Na
conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, a ministra
Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, explicou que o
Governo aprovou a criação do visto para a procura de trabalho, que
permite aos estrangeiros entrarem no país durante seis meses, e eliminou
o regime de quotas para a imigração.“Na
promoção das migrações seguras ordenados e reguladas e no combate à
escassez de mão-de-obra procede-se à criação de uma nova tipologia de
visto, concretamente o visto para a procura de trabalho, possibilitando
assim a entrada em território português a nacionais de Estados
estrangeiros que venham à procura de trabalho pelo período de 120 dias,
extensivo a mais 60 dias, num total de 180 dias”, disse Ana Catarina
Mendes.A
ministra avançou também que o Governo eliminou “definitivamente” o que
considerava ser “um anacronismo há muito tempo, que é o regime de quotas
para visto de residência para trabalho subordinado”.