Comunidades nos EUA e Canadá preocupados com o português e salários nos consulados
6 de mar. de 2023, 16:09
— Lusa
Em
comunicado, o Conselho Regional da América do Norte/Conselho das
Comunidades Portuguesas (CRAN/CCP) alertou para os cortes que o ensino
de português no estrangeiro tem sofrido, apesar do “aumento do número de
estudantes”.“Situação igualmente
preocupante é a dos trabalhadores consulares que vivem em rutura
salarial, com salários abaixo do mínimo nos Estados Unidos”, prosseguem
os conselheiros.Na reunião anual do
CRAN/CCP, os participantes lamentaram “o adiar de soluções perante o
agravamento dos problemas, mascarado pelo desfasamento entre o discurso”
do gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas “e as
respostas para as situações mais críticas”.Os
conselheiros analisaram ainda “a vida associativa na passagem às
segundas gerações”, bem como “o apoio aos ‘media’ étnicos em português” e
“o exercício do direito básico de participação eleitoral”.O
Conselho lamenta que as soluções que tem apresentado à tutela, e que
merecem o “apoio verbal” dos governantes, não sejam acompanhadas das
necessárias respostas que “tardam”, enquanto os problemas se agravam.Por
outro lado, o CRAN observou o surgimento de novas escolas por
iniciativa e financiamento comunitários - casos de Palm Coast (Florida),
Gilroy e Half Moon Bay (Califórnia) - e “a progressiva integração
étnica com empoderamento cívico e político que se verifica a nível geral
dos Estados Unidos e Canadá, de que a comunidade de Santa Clara
(Califórnia), Elizabeth (New Jersey) e Palm Coast (Florida) são bons
exemplos”.Com vista a um aumento da
participação eleitoral destas comunidades, o CRAN defende “soluções que
permitam mitigar a enorme dificuldade de votar para milhares de cidadãos
portugueses que vivem demasiado longe das mesas de voto nos
consulados”.E preconiza, para tal, que
“nas eleições legislativas das regiões autónomas dos Açores e da
Madeira, em equidade com as eleições legislativas nacionais, deve ser
aplicado o mesmo direito de participação eleitoral de 'voto em
mobilidade' (caderno eleitoral desmaterializado) aos cidadãos
portugueses eleitoralmente registados nas regiões autónomas”.