Compromissos para proteção e uso sutentável dos oceanos sobem para 7,2 mil milhões de euros
11 de out. de 2017, 14:41
— Lusa/AO online
O valor
anteriormente anunciado era de seis mil milhões de euros, mas, segundo
as fontes europeias, "novos compromissos assumidos pelo Bangladesh,
Filipinas e Indonésia aumentaram substancialmente o valor final dos
financiamentos prometidos para uma melhor governação do nosso oceano". Na
OOC 2017, realizada pela União Europeia em Malta em 05 e 06 de outubro,
representantes de governos, instituições internacionais, organizações
não-governamentais, empresas e cientistas foram chamados a anunciar
publicamente compromissos, financeiros e legislativos, destinados à
criação de um enquadramento global para a governação sustentável dos
oceanos. Os 7,2 mil milhões de euros agora destinados à proteção e
utilização sustentável dos recursos marinhos estão distribuídos por 437
projetos, apresentados por 114 países, que abarcam as áreas do combate à
poluição oceânica, sobretudo por plástico, criação de áreas marinhas
protegidas, gestão sustentável de pescas, segurança marítima, economia
azul e resposta às alterações climáticas. Do valor global, 553,5
milhões de euros, repartidos por 36 projetos, foram anunciados pela
Comissão Europeia. O valor total de compromissos da União Europeia,
juntando a Comissão Europeia e os compromissos assumidos individualmente
pelos Estados membros, ascende a 2,8 mil milhões de euros. De
acordo com a informação avançada hoje pelas fontes da Comissão Europeia,
empresas anunciaram na OOC 2017 cerca de uma centena de compromissos,
sobretudo na área da redução do uso de embalagens de plástico
descartáveis, e organizações não-governamentais, instituições de
investigação científica e organismos internacionais anunciaram 87
projetos. Os compromissos anunciados no âmbito da OOC 2017 estão,
na sua maioria, ainda no plano das promessas e declarações de
intenções, situação que foi sublinhada no encerramento da conferência em
Malta pelo vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans. "Fazer
promessas é a parte fácil, concretizar as promessas é que é mais
difícil. É preciso garantir que a Our Ocean 2017 não se fica pelas boas
intenções", disse na altura Frans Timmermans, referindo a necessidade da
criação de mecanismos de fiscalização da aplicação dos compromissos
enunciados. "O diagnóstico dos problemas (que os oceanos
enfrentam) está feito e analisado, agora é preciso tomar a medicação",
adiantou Timmermans. Também durante a OOC 20017 o comissário
europeu para o Ambiente, Assuntos Marítimos e Pescas, Karmenu Vella,
referiu em declarações a jornalistas a disponibilidade da União Europeia
para financiar a criação de um mecanismo autónomo de fiscalização da
aplicação dos compromissos assumidos nas conferências Our Ocean. Depois
de Malta, as próximas conferências Our Ocean deverão realizar-se na
Indonésia em 2018 e na Noruega em 2019, com Palau a manifestar já
interesse em receber a OOC 2020.