Companhias aéreas do grupo SATA com prejuízo em 2022
21 de abr. de 2023, 10:35
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, o grupo esclarece, no entanto, que 2022 foi “o melhor ano
de receitas de sempre” tanto para a Azores Airlines (211,1 milhões de
euros) como para a SATA Air Açores (92,2 milhões de euros).Quanto
ao prejuízo de 34,2 milhões de euros da SATA Internacional–Azores
Airlines (responsável pelas ligações aéreas de e para fora do
arquipélago), a empresa diz que representa uma melhoria “em 21,6 milhões
de euros em comparação com 2019 e em cerca de 16,1 milhões de euros em
relação a 2021”.Já o resultado líquido de
menos 2,5 milhões de euros da SATA Air Açores (ligações entre ilhas do
arquipélago), em 2022 representou uma melhoria de “4,3 milhões de euros
em comparação com 2021”.Relativamente à
Azores Airlines, a SATA alerta que o resultado líquido de menos 34,2
milhões de euros está “condicionado por custos de reestruturação e por
custos da dívida decorrente do financiamento bancário adicional,
incorridos para enfrentar a pandemia [de covid-19] e para atender ao
processo de reestruturação e, ainda, por rubricas meramente
contabilísticas”.“Apesar do contexto
adverso, a 'performance' da Azores Airlines continuou a cumprir com os
objetivos definidos no Plano de Restruturação acordado com a Comissão
Europeia”, destaca o grupo que, até ao início de março, foi liderado por
Luís Rodrigues, que entretanto saiu para chefiar a TAP."As
perspetivas para 2023 são positivas no que toca ao crescimento da
receita, tendo em conta que na primeira metade de 2023 o crescimento de
receita, refletido nas reservas de bilhetes (‘forward bookings’), está
40% acima do que o registado no mesmo período de 2022”, refere-se,
relativamente à empresa que está a ser alvo de um concurso público para a
alienação de um mínimo de 51% e de um máximo de 85% do capital social.Quanto
aos resultados positivos da receita (211,1 milhões de euros), são
justificados com “o número recorde de passageiros transportados” pela
Azores Airlines em 2022, ultrapassando, “pela primeira vez, um milhão de
passageiros, o que representa um crescimento de 14,5% em relação a 2019
e de 67% em relação a 2021”. “Resulta
igualmente um saudável crescimento da receita média por passageiro, mais
4% em comparação com 2019 e de mais 24% em comparação com 2021. Do
mesmo modo, a oferta continuou a crescer, tendo registado um aumento de
26% nas horas de voo, face a 2021, o que permitiu atrair novos mercados
turísticos para os Açores”, indica a empresa.A
Azores Airlines alcançou, em 2022, “o seu primeiro EBITDA [Resultado
Operacional antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações e
Custos de restruturação] positivo em 10 anos”, de 5,403 milhões de
euros.“A melhoria de EBITDA foi, ainda
assim, condicionada por diversos fatores”, diz a SATA, apontando o
“crescimento significativo do custo de combustíveis (mais 51,9 milhões
de euros face a 2021)”, os “custos associados ao combate à pandemia, que
se mantiveram no primeiro trimestre de 2022”, as “graves disrupções nas
cadeias de abastecimento”, os “constrangimentos verificados em diversos
aeroportos para onde a Azores Airlines habitualmente opera” e a
“desvalorização do euro face ao dólar americano”. Por
outro lado, “a Azores Airlines continua a suportar o défice de
exploração das rotas de Obrigações de Serviço Público (OSP) entre o
continente e as ilhas Pico, Faial e Santa Maria, bem como, entre Ponta
Delgada e o Funchal”.Já a SATA Air Açores,
viu em 2022 a frota crescer e passou a “operar com sete aeronaves pela
primeira vez na sua história”, tendo realizado mais 2.914 voos
interilhas face a 2021 (mais 20,2%) e mais 2.024 face a 2019 (mais
13,2%).A companhia aérea “atingiu um
Resultado Operacional antes de Juros, Impostos, Depreciações e
Amortizações de 7,8 milhões de euros. Este valor é inferior a 2019 em
7,5 milhões de euros e a 2021 em 5,9 milhões de euros”, descreve.O
resultado líquido negativo de 2,5 milhões de euros “foi marginalmente
condicionado por rubricas puramente contabilísticas e influenciado por
custos de reestruturação e por custos da dívida adicional destinada a
enfrentar a pandemia”.Para 2023, a empresa agora liderada por Teresa Gonçalves apresenta perspetivas positivas para as duas companhias.“Para
2023, estima-se que os riscos maiores possam advir de fatores externos à
organização. Destaca-se a instabilidade nos mercados financeiros com
possível impacto na procura e a volatilidade de preços dos fatores nos
mercados internacionais. Em termos de custos, o preço do combustível tem
estado, no momento, ligeiramente abaixo do verificado no ano anterior. O
término do período de emergência, que ocorreu em dezembro de 2022, e o
consequente fim dos cortes salariais em ambas as companhias aéreas,
terão um impacto material nas contas do corrente ano”, descreve.