Companhia reduz capacidade em 71% e número de voos em 72% em novembro
TAP
21 de dez. de 2020, 13:57
— Lusa/AO Online
“Se
atentarmos ao mês de novembro de 2020, a TAP reduziu em 71% a sua
capacidade (ASK –‘available seat kilometer’), face a novembro de 2019”,
referiu Ramiro Sequeira, na missiva a que a Lusa teve acesso, que dá
conta da divulgação da terceira ‘factsheet’ operacional (documento com
informação operacional), que a TAP começou a disponibilizar em outubro,
com informação atualizada sobre a pandemia e projeções e estudos sobre a
indústria a nível mundial, bem como o respetivo impacto na sua
operação.No mesmo período, “a TAP reduziu o número de voos em 72%”, acrescentou.
Relativamente aos primeiros nove meses do ano, os principais
indicadores - número de passageiros e voos, capacidade, ‘load factor’
(relação entre uma carga específica e o peso total da aeronave), ‘block
hours’ (unidade de medida usada na aviação) e receita por passageiro -
registaram quedas entre 63% e 70%, face ao mesmo período do ano
anterior.“Este relatório confirma a
reversão da recuperação que se verificou no terceiro trimestre deste
ano, na sequência da imposição de novas restrições nas viagens e da
segunda vaga da pandemia, bem como realça o impacto da evolução da
pandemia, das imposições e restrições à mobilidade dos passageiros e do
comportamento da procura na performance operacional da TAP”, lê-se na
carta enviada aos trabalhadores.O
presidente executivo da companhia aérea lembrou também que a recuperação
“vai ser lenta e muito determinada pelo nível de confiança”, apontando
que as projeções da Associação Internacional de transporte Aéreo (IATA,
na sigla inglesa) indicam que a recuperação da procura para 90% ou mais
dos níveis de 2019 nos mercados relevantes da TAP, mesmo com a vacina,
só acontecerá entre 2024 e 2025, estimando-se uma recuperação da
operação em cerca de 50% em 2021, comparativamente à de 2019.“Contudo,
se a retoma tiver lugar mais cedo do que o previsto, teremos a
capacidade de lhe dar resposta, visto estarmos dimensionados para o
nível de procura previsto para 2022, conforme previsto no plano de
reestruturação”, ressalvou Ramiro Sequeira.Relativamente
à descoberta de uma nova estirpe do novo coronavírus no Reino Unido,
que originou, nas últimas horas, a suspensão de voos e restrições
adicionais por parte de diversos países do mundo, incluindo Portugal, o
presidente executivo considerou que este é o contexto em que a TAP tem
operado e que enfrentará nos próximos meses.
Quanto ao transporte de carga, o responsável deu conta de que, desde o
início do ano, “a TAP já realizou perto de 300 voos exclusivamente
dedicados à carga aérea, para cerca de 30 destinos diferentes, em cinco
continentes”.“Com quatro aeronaves
convertidas em cargueiro, duas delas com o livery TAP Air Cargo, é
evidente que o negócio da carga tem tido e vai continuar a ter um papel
relevante na resposta e na recuperação a TAP”, apontou.Os
resultados operacionais e financeiros do último trimestre deste ano,
são aguardados “com muita apreensão e preocupação”, apesar do período de
Natal e Passagem de Ano, bem como os do primeiro trimestre de 2021,
“tipicamente um trimestre desafiador para o setor da aviação, mas
particularmente no atual contexto severamente afetado pelo impacto
negativo da covid-19”.Em relação ao
calendário para a implementação do plano de reestruturação de que a
companhia aérea vai ser alvo, Ramiro Sequeira disse que continua o
diálogo “com todas as entidades representativas dos trabalhadores” e que
estão a ser envolvidas “progressivamente todas as áreas”. “De
novo asseguramos que assim tenhamos todos os detalhes definidos, os
mesmos serão comunicados a toda a organização, no início de 2021”,
assegurou.