Comité Olímpico Internacional investiga caso da atleta bielorrussa
3 de ago. de 2021, 13:53
— Lusa/AO Online
Tsimanouskaya
procurou proteção da polícia no aeroporto de Haneda, em Tóquio, no dia
anterior, e desde então tem estado "num lugar seguro" e à espera de
viajar do Japão para a Polónia, que lhe ofereceu um visto humanitário,
disse o porta-voz do COI, Mark Adams."Falámos
com ela duas vezes nas últimas horas, e ela garantiu-nos que está bem e
segura", acrescentou Adams numa conferência de imprensa em Tóquio.Tsimanouskaya
está "pronta para começar uma nova vida" e está também a receber
assistência do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados,
disse o porta-voz do COI, acrescentando que o organismo desportivo
internacional planeia publicar os resultados da sua investigação sobre o
caso ainda hoje."Queremos ouvir as versões de todas as pessoas envolvidas. A nossa maior preocupação é a segurança dos atletas", disse Adams.A atleta deverá embarcar num voo para a Polónia nas próximas horas, de acordo com a emissora estatal japonesa NHK.Kryscina
Tsimanouskaya "já está em contacto directo com diplomatas polacos em
Tóquio. Ela recebeu um visto humanitário. A Polónia fará tudo o que for
necessário para a ajudar a continuar a sua carreira desportiva", disse o
vice-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Marcin Przydacz, numa
mensagem na rede social Twitter.O
marido da atleta, Arseni Zdanevitch, tinha admitido antes que Krystsina
Tsimanouskaya pretendia ir para a Polónia por recear pela sua segurança
na Bielorrússia."Penso
que [na Bielorrússia] não estaríamos seguros”, disse Arseni Zdanevitch,
contactado por telefone pela agência de notícias France-Presse.Vadim
Krivosheyev, da Fundação Bielorrussa Solidariedade Desportiva, tinha
dito anteriormente à agência de notícias Associated Press que a atleta,
de 24 anos, tinha solicitado um visto na embaixada da Polónia em Tóquio e
que a fundação lhe tinha comprado um bilhete de avião para viajar para
Varsóvia na quarta-feira.A
atleta deveria ter participado na segunda-feira na prova de 100 metros,
mas disse que os dirigentes olímpicos da Bielorrússia a inscreveram na
estafeta de 4x400 metros, em substituição de uma atleta que, segundo a
sua versão, não realizou o número suficiente de controlos antidoping.Krystsina
Tsimanouskaya disse numa mensagem vídeo divulgada numa conta nas redes
sociais associada à oposição bielorrussa que foi pressionada por
funcionários da equipa e que pediu ajuda ao Comité Olímpico
Internacional (COI)."Fui colocada sob pressão e estão a tentar tirar-me à força do país sem o meu consentimento", denunciou a atleta, no domingo.Este
incidente ocorre num momento em que o regime do Presidente Alexander
Lukashenko prossegue uma repressão generalizada sobre os opositores com o
objetivo de terminar em definitivo com o amplo movimento de contestação
de 2020 contra a sua reeleição para um quinto mandato.O
Comité Olímpico bielorrusso, que é dirigido por Viktor Lukashenko,
filho do Presidente da Bielorrússia, disse numa declaração que
Tsimanouskaya teve de suspender a sua participação em Tóquio2020 por
causa do seu "estado emocional e psicológico", algo que a velocista
descreveu como uma mentira.