Comité de peritos da OMS discute na terça-feira vacina da AstraZeneca
Covid-19
15 de mar. de 2021, 19:02
— Lusa/AO Online
Tedros
Adhanom Ghebreyesus disse, na videoconferência de imprensa regular da
OMS sobre a evolução da pandemia da Covid-19, a partir da sede da
organização, em Genebra, na Suíça, que o comité "está a rever os dados
disponíveis" sobre a vacina AstraZeneca/Oxford e que se reunirá na
terça-feira.O anúncio surge quando vários
países europeus decidiram, por precaução, suspender a administração
desta vacina após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da
morte de pessoas inoculadas com esta vacina.Tedros
Adhanom Ghebreyesu referiu que, apesar de não haver uma ligação entre a
vacina e os casos reportados, "constitui boa prática investigá-los",
acrescentando que o comité de peritos da OMS para a segurança das
vacinas "está em contacto estreito" com Agência Europeia do Medicamento,
que se reúne na quinta-feira para avaliar a vacina AstraZeneca/Oxford.Na
quinta-feira passada, o regulador europeu do medicamento indicou que
não existem provas de um aumento de risco de coagulação sanguínea em
pessoas vacinadas com este fármaco contra a Covid-19.A OMS tem defendido que "não há razão para não usar esta vacina" e hoje voltou a recomendar a sua utilização. "Recomendamos
que os países continuem a vacinação com a vacina da AstraZeneca",
afirmou a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, reiterando que
"até agora" não foi encontrada "uma associação" entre os casos
reportados na Europa e a toma desta vacina."Teremos mais informação amanhã [na terça-feira]", sublinhou, acrescentando que os especialistas "estão a analisar os dados".O
grupo farmacêutico anglo-sueco assegurou, por sua vez, não haver
"qualquer prova da existência de um risco aumentado" de se verificarem
coágulos sanguíneos causados pela sua vacina.A
vice-diretora-geral da OMS, Mariângela Simão, assinalou hoje que "o
risco de não vacinar as pessoas é maior do que o risco de doença grave"
de covid-19, apontando que "os dados preliminares não mostram um aumento
significativo de casos tromboembólicos na Europa".Os
casos relatados envolveram pessoas vacinadas com dois lotes da vacina
AstraZeneca/Oxford produzidos na Europa, frisou, acrescentando que o
comité de peritos da OMS vai reunir-se na terça-feira para fazer "uma
avaliação mais minuciosa".A vacina
continua a ser administrada em Portugal, uma vez que, segundo as
autoridades de saúde e do medicamento, não há provas da ligação com os
casos tromboembólicos registados noutros países.