Comissão vai propor medidas para reduzir delinquência juvenil e criminalidade violenta
22 de jun. de 2022, 08:45
— Lusa/AO Online
A criação da
Comissão de Análise Integrada da Delinquência Juvenil e da Criminalidade
Violenta (CAIDJCV), que já tinha sido anunciada pelo Governo no início
do mês, terá de apresentar, no prazo de um ano, propostas de medidas
para diminuir a delinquência juvenil e a criminalidade violenta.O
grupo, coordenado pela secretária de Estado da Administração Interna, é
composto por elementos da GNR, PSP, PJ, Direção Geral de Reinserção e
Serviços Prisionais, Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e
Proteção das Crianças e Jovens e do Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependências, entre outros organismos, Em
comunicado, o Ministério da Administração Interna (MAI) explica que
este grupo vai caracterizar a realidade atual ao nível da delinquência
juvenil e da criminalidade violenta “de forma compreensiva e integrada”,
analisando a sua severidade e eventuais ‘modus operandi’ emergentes.A
comissão, que integra diversos investigadores e também elementos da
Estratégia Nacional de Combate à Pobreza e da Coordenação Nacional das
Políticas de Saúde Mental, deve também fazer um levantamento das áreas
geográficas, contextos e grupos populacionais que mereçam especial
atenção, assim como das principais tendências internacionais ao nível da
criminalidade violenta, suas especificidades e respostas/estratégias
adotadas.O
grupo de trabalho vai produzir depois recomendações, “tendo em vista a
promoção da segurança objetiva e subjetiva, diminuir a delinquência
juvenil, a criminalidade violenta e a sua severidade”, assim como propor
metodologias de análise regular, explica o MAI.“É
fundamental estudarmos e compreendermos esta problemática que se
reveste de grande importância e delicadeza. As diferentes dimensões
associadas à criminalidade e à delinquência juvenil devem ser
trabalhadas de forma integrada e sustentada, para que possamos
compreender a montante os problemas e encontrar respostas”, considera o
ministro da Administração Interna, José Luis Carneiro, citado no
comunicado.O
governante sublinha ainda a necessidade de garantir “uma sociedade em
que as pessoas, independentemente do local onde nascem e crescem, possam
desenvolver-se em plenitude”.O
despacho conjunto da criação da CAIDJCV foi assinado pelos ministros da
Administração Interna, da Justiça, da Educação, do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social e da Saúde.No
comunicado, o MAI recorda que a criminalidade violenta e grave
registada, tal como definida no Relatório Anual de Segurança Interna
(RASI), vem diminuindo desde 2011, com um ligeiro crescimento em 2019.Apesar
destes factos, acrescenta, "nos últimos meses têm-se registado diversas
ocorrências criminais, designadamente no contexto do espaço público,
que provocam alarme social pelo nível de violência envolvida -
refletida, nomeadamente, no modus operandi e ou pelas consequências
gravosas para as vítimas". "Muitas
destas ocorrências têm envolvido jovens, em contexto de diversão
noturna, outras estão associadas a eventos desportivos e ainda outras a
possíveis grupos organizados para efeitos de práticas criminais",
destaca.O
MAi diz ainda que, em termos gerais, a explicação para este tipo de
acontecimentos "tem surgido contextualizada num quadro pós-pandémico, de
desconfinamento progressivo da população".E
lembra: "Ao longo de cerca de dois anos de pandemia por covid-19, foi
necessário adotar restrições que implicaram uma redução significativa
dos contactos sociais e a alteração de rotinas diárias, entre outras
consequências geradoras de maior stresse e que também podem ter impacto
ao nível da saúde mental, bem como exacerbar comportamentos antissociais
e ou o abuso de substâncias psicoativas, fatores que reconhecidamente
se constituem como criminógenos".O grupo de trabalho vai reunir-se pela primeira vez no dia 27 de junho, adianta a nota.