Comissão Permanente do parlamento aprova realização da sessão solene
25 Abril
2 de abr. de 2025, 18:03
— Lusa/AO Online
No início da primeira sessão da
Comissão Permanente, órgão que funciona quando o parlamento é
dissolvido, os deputados aprovaram, por unanimidade, o projeto para
convocar uma reunião do plenário da Assembleia da República para o dia
25.“Fica então convocado o plenário para o
dia 25 de abril”, afirmou o vice-presidente Rodrigo Saraiva, que
conduzia os trabalhos na altura.O
agendamento desta deliberação foi consensualizado na quarta-feira em
reunião da conferência de líderes parlamentares - a primeira desde que a
Assembleia da República foi dissolvida pelo chefe de Estado, Marcelo
Rebelo de Sousa, na sequência do chumbo da moção de confiança
apresentada pelo Governo PSD/CDS-PP, liderado por Luís Montenegro.De
acordo com o porta-voz da conferência de líderes, o deputado
social-democrata Jorge Paulo Oliveira, estando a Assembleia da República
dissolvida, é necessário que a Comissão Permanente delibere para que o
parlamento se reúna em plenário.No passado
dia 16 de março, a conferência de líderes parlamentares tomou uma
primeira decisão no sentido de organizar este ano a sessão solene
comemorativa do 25 de Abril de 1974 nos moldes habituais, apesar de o
parlamento estar dissolvido.O deputado
Jorge Paulo Oliveira referiu então que a proposta tinha sido feita aos
partidos pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro
Aguiar-Branco, tendo sido aprovada por unanimidade.Jorge
Paulo Oliveira afirmou que o presidente do parlamento invocou três
razões para manter a sessão no parlamento: "a solenidade da própria data
em si", o facto de este ano se assinalarem os 50 anos das primeiras
eleições livres no país, para a Assembleia Constituinte, e, por último,
"para sinalizar a maturidade democrática do nosso regime".Este
ano, no dia 25 de Abril, assinalam-se os 51 anos desde a Revolução dos
Cravos e o cinquentenário das primeiras eleições livres no país, para a
Assembleia Constituinte, que elaborou, posteriormente, a Constituição de
1976.A sessão que assinala a Revolução
dos Cravos no parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da
Assembleia da República nascida das eleições de 25 de abril de 1976,
data da entrada em vigor da Constituição democrática.Em
1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em
1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração
transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais
apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.Em
1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições
legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se
encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social
decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto
contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S.
Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a
sessão no parlamento.