Comissão mantém visita a Portugal apesar do confinamento
UE/Presidência
12 de jan. de 2021, 13:02
— Lusa/AO Online
Questionado
sobre se é “prudente” a deslocação de vários membros do colégio da
Comissão a Lisboa no atual contexto de agravamento da situação
epidemiológica da Covid-19 na Europa, e que vai levar inclusivamente à
restauração de um confinamento mais rígido em Portugal previsivelmente
já a partir de quinta-feira, o porta-voz da Comissão lembrou que
“precisamente devido à situação sanitária, o número de membros do
colégio que viajarão para Portugal foi reduzido e a delegação será por
isso uma pequena delegação”. “E,
obviamente, estamos a trabalhar com os nossos anfitriões portugueses
para assegurar que a visita decorrerá tendo em conta e respeitando o
distanciamento social e todas as outras medidas sanitárias adequadas
face à situação”, completou Eric Mamer.Na
passada sexta-feira, o mesmo porta-voz anunciara que a presidente da
Comissão Europeia deslocar-se-á a Portugal a 15 de janeiro, para a
tradicional visita do executivo comunitário ao país que assume a
presidência do Conselho, acompanhada apenas por seis membros do colégio,
devido à pandemia da Covid-19. Ursula von
der Leyen será acompanhada na sua deslocação a Lisboa pelos três
vice-presidentes executivos, Frans Timmermans (responsável pela pasta do
Pacto Ecológico Europeu), Valdis Dombrovskis (Uma Economia ao Serviço
das Pessoas) e Margrethe Vestager (Digital), pelo vice-presidente e Alto
Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, pela
comissária portuguesa Elisa Ferreira (Coesão e Reformas), e pelo
comissário Nicolas Schmit, que tem a tutela dos Assuntos Sociais, uma
das grandes prioridades da presidência portuguesa.“Esta
é a deslocação habitual que ocorre no início de cada presidência do
Conselho, que, por razões sanitárias óbvias, decorrerá num formato mais
pequeno desta feita”, justificou na ocasião Eric Mamer.Em
condições normais, as visitas do colégio da Comissão ao país que assume
a presidência semestral rotativa do Conselho envolvem a totalidade dos
comissários e prolongam-se por dois dias, ao longo dos quais há lugar a
múltiplas reuniões bilaterais – designadamente entre o presidente do
executivo comunitário e o chefe de Estado ou de Governo, e entre os
comissários e os ministros responsáveis pelas mesmas pastas – e a uma
sessão plenária, reunindo todos os membros da Comissão e do Governo.Depois
da visita a Lisboa do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel,
na passada semana, a 05 de dezembro, para o ‘arranque’ formal da quarta
presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que decorrerá até
final de junho, a deslocação do presidente do Eurogrupo, o irlandês
Paschal Donohoe, agendada para quinta-feira, dia 07, já foi adiada
devido à Covid-19, em particular face ao agravamento da situação
epidemiológica na Irlanda.Tal como sucedeu
durante a presidência alemã do Conselho, no segundo semestre de 2020, e
com boa parte da presidência croata no primeiro semestre do ano
passado, a pandemia da Covid-19 ameaça condicionar fortemente os
trabalhos da presidência portuguesa, forçando designadamente a
celebração de muitas reuniões por videoconferência e limitando o número
de participações naquelas que são realizadas presencialmente.Para
mais, Portugal deverá retomar ainda antes da visita dos membros do
colégio um confinamento mais severo face ao agravamento da situação no
país depois do Natal, tendo na segunda-feira o primeiro-ministro António
Costa apontado que o calendário institucional de decisão será cumprido
com "grande velocidade" para que as medidas mais restritivas entrem em
vigor rapidamente."O calendário de tomada
de decisão é institucionalmente complexo, mas que vamos cumpri-lo na
máxima velocidade", declarou o primeiro-ministro, quando questionado
sobre a possibilidade de o Governo português anunciar medidas de
confinamento geral na quarta-feira à tarde, fazendo com que entrem em
vigor logo às 00h00 de quinta-feira.