Comissão Europeia quer criar fundo de 100 mil ME para garantir empregos
Covid-19
2 de abr. de 2020, 11:45
— Lusa/AO Online
Em
causa está o “novo instrumento de apoio temporário para mitigar os
riscos de desemprego em caso de emergência, o SURE, que foi projetado
para ajudar a salvaguardar postos de trabalho e trabalhadores afetados
pela pandemia do novo coronavírus”, indica o executivo comunitário na
proposta divulgada.Explicando que o
objetivo é “prestar assistência financeira, sob a forma de empréstimos
concedidos em condições favoráveis pela UE aos Estados-membros, até um
total de 100 mil milhões de euros”, a Comissão Europeia nota que estas
verbas visam ajudar os países a “lidar com aumentos repentinos da
despesa pública para preservar o emprego”.Para
isso, Bruxelas conta com um total de 25 mil milhões de euros em
garantias voluntárias dos Estados-membros através do orçamento
comunitário como forma de alavancar este fundo (o correspondente a 25%
do teto máximo para empréstimos).“Especificamente,
estes empréstimos ajudarão os Estados-membros a cobrir os custos
diretamente relacionados com a criação ou extensão de instrumentos
nacionais de trabalho de curta duração e outras medidas semelhantes
adotadas para os trabalhadores por conta própria como resposta à atual
pandemia de coronavírus”, precisa a Comissão Europeia.Para
poderem aceder a tais empréstimos, os Estados-membros têm de fazer um
pedido de assistência financeira à Comissão, cabendo depois a Bruxelas
consultar o país em causa para verificar a dimensão do aumento da
despesa pública diretamente relacionado com estes instrumentos nacionais
para o emprego.Nessa altura, o executivo
comunitário avaliará os termos do empréstimo (incluindo o valor, a
maturidade e as modalidades técnicas relacionadas com a implementação)
para, seguidamente, apresentar uma proposta ao Conselho, num processo
que o executivo comunitário espera ser célere.Falando
hoje em videoconferência de imprensa, em Bruxelas, a presidente da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, frisou que este é um
instrumento que “pode mitigar os efeitos da recessão, manter as pessoas
empregadas e tornar mais revigorante o regresso das empresas à atividade
normal”.“O SURE pode apoiar todos os Estados-membros que o desejem”, adiantou.Para avançar, esta proposta terá de ter aval do Conselho, sendo discutida ao nível do Eurogrupo.Bruxelas anunciou outros apoios comunitários para responder à
pandemia da covid-19, entre os quais a mobilização de três mil milhões
de euros do orçamento da UE (2,7 mil milhões dos quais através do
Instrumento de Apoio de Emergência e 300 milhões do rescEu) para
suportar diretamente os sistemas de saúde.A
estes acrescem apoios aos pescadores e agricultores, proporcionando uma
utilização mais flexível do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das
Pescas para compensar a cessação temporária das atividades.Ainda
hoje, Bruxelas divulgou a adaptação do Fundo de Auxílio Europeu às
Pessoas mais Carenciadas ao atual estado de pandemia, para garantir
apoio às famílias mais vulneráveis, nomeadamente através da introdução
de ‘vouchers’ eletrónicos para reduzir o risco de contaminação na
entrega de bens e ainda da compra de equipamentos de proteção para os
que disponibilizam alimentos e ajuda material básica às pessoas mais
necessitadas.A Comissão Europeia conclui,
no pacote de ajudas hoje divulgado, que, “à medida que a situação
continua a evoluir, apresentará mais propostas e colaborará com as
outras instituições da UE para avançar o mais rapidamente possível”.