Comissão Europeia garante “trabalho intenso” para acordo UE-Mercosul
27 de nov. de 2023, 13:25
— Lusa/AO Online
“Aguardamos
com expectativa a reunião de hoje do Conselho de Comércio. […] Vamos
debater o ponto da situação das negociações comerciais em curso e, além
disso, […] continuaremos a trabalhar intensamente no sentido de um
acordo com o Mercosul”, disse o vice-presidente executivo da Comissão
Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis.O
responsável falava à chegada da reunião dos ministros do Comércio da
UE, em Bruxelas, ocasião na qual Portugal está representado pelo
secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco
André.A reunião acontece dias depois de Javier Milei ter vencido, há uma semana, as eleições presidenciais da Argentina.Javier
Milei, candidato ultraliberal, venceu o peronista Sergio Massa na
segunda volta das presidenciais que decorreram no domingo na Argentina.Milei
tem vindo a defender posições polémicas, como a retirada da Argentina
do Mercosul, que classificou como uma “união aduaneira de má qualidade,
que cria distorções comerciais e prejudica os membros”.Ao mesmo tempo, tem criticado o acordo comercial deste bloco com a UE, que descreve como desfavorável.A
UE e Mercosul têm mantido um contacto regular, no sentido de
conseguirem concluir as negociações nomeadamente em questões como os
compromissos ambientais, após um primeiro aval em 2019, que não teve
seguimento.As discussões evoluíram
bastante nos últimos dois meses levando à expectativa de ambos os blocos
em concluir o acordo na cimeira dos presidentes do Mercosul, marcada
para 07 de dezembro, no Rio de Janeiro.O
próximo Presidente argentino, que sucederá ao peronista Alberto
Fernández (2019-2023), governará a partir de 10 de dezembro para o
período 2023-2027.O acordo UE-Mercosul
abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de
pessoas, quase 10% da população mundial.Milei
é próximo de Jair Bolsonaro, antecessor do atual chefe de Estado
brasileiro, Lula da Silva, além de admirador declarado do ex-Presidente
norte-americano Donald Trump.Define-se como um "anarco-capitalista", uma forma extrema de liberalismo defensora de uma sociedade capitalista sem Estado.