Comissão Europeia exorta países da UE a utilizarem vacina da Janssen
Covid-19
20 de abr. de 2021, 16:12
— Lusa/AO Online
“A
Agência Europeia de Medicamentos [EMA] é clara: os benefícios da vacina
da Johnson & Johnson contra a Covid-19 compensam os riscos de
efeitos secundários muito raros e invulgares”, assinala a comissária
europeia da tutela numa mensagem publicada na rede social Twitter,
minutos depois da divulgação do parecer do regulador europeu.“Exorto
os Estados-membros a seguirem a opinião dos nossos peritos”, afirmou
Stella Kyriakides, sublinhando que "a vacinação salva vidas”.Hoje,
o comité de segurança da EMA concluiu existir uma possível ligação
entre a vacina da Janssen e casos muito raros de coágulos sanguíneos
detetados em vacinados Estados Unidos, mas insistiu nos benefícios do
fármaco contra a Covid-19, dada a gravidade da doença.Em
causa está uma investigação da EMA a oitos casos raros de coágulos
sanguíneos associados a baixos níveis de plaquetas sanguíneas após toma
da vacina nos Estados Unidos, um dos quais foi mortal, de um universo de
sete milhões de pessoas vacinadas naquele país.Ainda não foram registados casos idênticos na UE.Como
a Covid-19 está associada a um risco de hospitalização e morte, a EMA
insistiu hoje que os benefícios globais da vacina Janssen na prevenção
da doença superam os riscos de efeitos secundários, apesar de defender
que estas tromboses sejam listadas como efeitos secundários muito raros
da vacina.Entendimento semelhante teve já o regulador europeu sobre a vacina da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca contra a Covid-19.Nesta
investigação sobre a Janssen, a EMA verificou também que todos os casos
ocorreram em pessoas com menos de 60 anos de idade no prazo de três
semanas após a vacinação, a maioria mulheres, sem ter conseguido
confirmar fatores de risco, idêntico ao que já havia dito relativamente à
vacina da AstraZeneca.Falando em
conferência de imprensa após a divulgação destas conclusões, o
responsável pelo departamento de Farmacovigilância e Epidemiologia da
EMA, Peter Arlett, assinalou que até 13 de abril foram registados oito
casos de coágulos sanguíneos com plaquetas baixas em todo o mundo,
dizendo respeito aos Estados Unidos. Foram estes que o regulador europeu
investigou.“Já se olharmos para a vacina
da AstraZeneca, temos 287 casos [a nível mundial], dos quais 142 são
provenientes do Espaço Económico Europeu”, acrescentou Peter Arlett.Ainda
no que toca à Europa, o especialista apontou 25 casos de tromboses após
toma da vacina da Pfizer/BioNTech e cinco situações relacionadas com o
fármaco da Moderna, conforme divulgado na plataforma europeia de
vigilância de reações adversas.Atualmente,
estão aprovadas quatro vacinas na UE: Comirnaty (nome comercial da
vacina Pfizer/BioNTech), Moderna, Vaxzevria (novo nome da vacina da
AstraZeneca) e Janssen.