Autor: Lusa/AO Online
Saudando o plano proposto pelos Estados Unidos, um dos mediadores internacionais no conflito, a par do Egito e do Qatar, a comissária europeia para o Mediterrâneo, Dubravka Suica, salientou ter-se chegado “a um momento-chave de decisão sobre se esta guerra terrível chegará finalmente ao fim”.
“Faz dois anos que acordámos com a notícia do ataque” do grupo extremista palestiniano Hamas a Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e no qual 251 pessoas foram tomadas como reféns, lembrou Dubravka Suica, intervindo no debate, na sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer em Estrasburgo (França).
A comissária lamentou ainda a morte de mais de 67 mil palestinianos desde a intervenção militar de Israel na Faixa de Gaza, referindo que a situação é “insuportável”.
“Nestes dois anos, a dor e o sofrimento tornaram-se a realidade de israelitas e palestinianos”, lembrou.
Em relação ao plano proposto pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a União Europeia (UE) referiu sustentar os seus pontos-chave, nomeadamente o fim das hostilidades por Telavive e a retirada do Hamas, defendendo ainda o reforço da Autoridade Palestiniana.
Numa intervenção no debate, a ministra dos Assuntos Europeus dinamarquesa, Marie Bjerre, apelou, em nome do Conselho da UE, à solução dos dois Estados (Palestina e Israel), também defendida pelo executivo comunitário.
O plano de pacificação da Faixa de Gaza proposto por Trump contempla ainda a troca dos 48 reféns ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas, seguindo-se um cessar-fogo no enclave palestiniano.
Trump propôs também supervisionar, juntamente com o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair, a futura formação e ação de um governo de transição em Gaza, com vista à coexistência de dois Estados na zona.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques a Israel liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023.
A par das vítimas mortais, a retaliação de Israel também destruiu quase todas as infraestruturas de Gaza e provocou a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Israel
também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde
mais de 400 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria
crianças.