Comissão Europeia aprova 107,1 ME para compensar efeitos da pandemia
TAP
21 de dez. de 2021, 18:56
— Lusa/AO Online
Este
auxílio estatal visa compensar a companhia aérea pelos danos sofridos
entre 01 de julho de 2020 e 30 de dezembro de 2020 como resultado direto
das restrições de viagens impostas para tentar limitar a propagação da Covid-19, explica a Comissão, que dá conta do seu parecer favorável a
mais este apoio em paralelo com o anúncio da aprovação do plano de
reestruturação da TAP. Lembrando que já
autorizara, em abril passado, uma ajuda estatal intercalar à TAP (de 462
milhões de euros) para compensar prejuízos causados pelas restrições
impostas pelo combate à pandemia entre 19 de março de 2020 e 30 de junho
de 2020, a Comissão Europeia aponta que no período abrangido por este
segundo apoio, o segundo semestre do ano passado, a companhia aérea
portuguesa “sofreu perdas de exploração significativas e experimentou um
declínio acentuado do tráfego e da rentabilidade”.Reiterando
que a pandemia pode naturalmente ser qualificada como um acontecimento
excecional, que justificam consequentemente intervenções excecionais dos
Estados-membros, a Comissão disse ter concluído que “a medida
portuguesa compensará os danos diretamente relacionados com o surto de
coronavírus” e constatado que “é proporcional, uma vez que a compensação
não excede o necessário para reparar os danos”. “Nesta
base, a Comissão concluiu que a medida portuguesa está de acordo com as
regras da UE em matéria de auxílios estatais”, lê-se no comunicado do
executivo comunicado.Bruxelas indica que
este auxílio de 107,1 milhões de euros pode ser prestado quer na forma
de uma injeção de capital, quer através de um empréstimo que pode ser
convertido em capital, cabendo ao Governo “escolher qual das formas de
apoio” prefere acionar.Em meados de
novembro passado, o ministro das Infraestruturas esclarecera que esta
nova injeção na TAP, que na altura estimava que atingisse os 150 milhões
de euros, estava já prevista no montante total de 3,2 mil milhões de
euros da reestruturação, e não se trata de “descontrolo” no apoio à
companhia aérea.“Estamos a falar de 150
milhões que estão incluídos nos 3.200 milhões de euros, não está a
acontecer nenhum descontrolo sobre a verba que está a ser injetada na
TAP”, explicou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno
Santos, em declarações aos jornalistas feitas na altura.A
explicação surgiu depois de o Jornal Económico ter avançado, também em
novembro, que a TAP iria “receber mais 150 milhões para compensar danos
da covid”, montante que deveria entrar na companhia aérea nas semanas
seguintes.Segundo Pedro Nuno Santos, o que
se passa é que as tranches vão sendo transferidas à medida que são
aprovadas pela Direção-Geral da Concorrência europeia, sendo que uma
parte dos 3.200 milhões de euros é paga através do regime de compensação
covid-19.A Comissão Europeia informou
hoje que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de
2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até
18 ‘slots’ por dia no aeroporto de Lisboa.O
plano de reestruturação da companhia aérea portuguesa tinha sido
entregue em 10 de dezembro de 2020, seis meses depois de ter sido
aprovada a ajuda de 1.200 milhões de euros, para fazer face às
dificuldades financeiras em que a TAP se encontra, agravadas pela
pandemia de Covid-19.