Comissão de Trabalhadores da RTP diz que despedimentos são “abuso de direito”
13 de fev. de 2019, 10:28
— Lusa/AO Online
“Isto
é um absurdo total e uma claríssima situação de ‘abuso de direito’,
dado que é um princípio universal da justiça que nenhum individuo ou
instituição pode retirar benefício da violação de uma lei”, disse, em
comunicado, a CT da RTP. Em
causa está o despedimento de quatro trabalhadores do Centro Regional
dos Açores – dois assistentes e dois jornalistas -, decisão que a RTP
justificou com a impossibilidade de regularizar a contratação dos
mesmos, tendo em conta que os colaboradores não se candidataram ao
Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na
Administração Pública (PREVPAP). "Dado
que estes colaboradores não concorreram ao PREVPAP, a RTP não poderia
contratá-los para o quadro, mesmo tendo havido uma decisão judicial da
ARECT (Ação de Reconhecimento de Existência de Contrato de Trabalho)",
esclareceu a administração liderada por Gonçalo Reis quando questionada
pela Lusa sobre o assunto."Isto
porque a Lei do Orçamento do Estado impede as empresas públicas de
fazer contratações para os quadros e se o fizessem os contratos seriam
nulos", adiantou.Para
a CT da estação pública, esta decisão “roça também o obsceno, tendo em
conta que é da responsabilidade da mesma administração que pediu ao
Governo escusa da mesma lei que agora usa para despedir trabalhadores,
no caso para contratar duas chefias para a direção de informação TV, a
largos milhares de euros por mês”. A
CT defendeu ainda que se trata de uma “decisão bizarra, política e
socialmente inaceitável numa empresa pública, constituindo um exemplo de
como não se deve gerir uma empresa do Estado”.