Comissão de Aprofundamento da Autonomia suspende trabalhos
4 de dez. de 2023, 17:11
— Lusa
“É
incerto o futuro desta Assembleia”, lembrou o deputado socialista
Francisco Coelho, presidente da Comissão Eventual para o Aprofundamento
da Autonomia do parlamento açoriano, referindo-se à crise política
decorrente do chumbo do plano e orçamento da região, depois de a
coligação que governa nos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) ter perdido a maioria
parlamentar.Os oito partidos com assento
no parlamento dos Açores (PS, PSD, CDS, PPM, BE, CH, IL e PAN) e o
deputado independente (ex-Chega), foram recebidos na quinta-feira em
Belém, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para serem
ouvidos acerca da situação política na região após o chumbo do Plano e
Orçamento para 2024.A maioria dos partidos
defendeu perante Marcelo Rebelo de Sousa a realização de eleições
antecipadas o mais rapidamente possível como solução para a crise
política.Após as audiências, o presidente
da República convocou para 11 de dezembro uma reunião do Conselho de
Estado, estando em cima da mesa uma provável dissolução do parlamento
regional e convocação de eleições antecipadas.O
presidente da Comissão Eventual para o Aprofundamento da Autonomia do
parlamento açoriano defendeu ainda que, “além disso, nós hoje
dificilmente iríamos concluir o nosso único ponto da agenda de
trabalhos, que era a consensualização sobre as propostas de alteração à
lei eleitoral nos Açores”.Por isso,
entendeu, tal como os restantes deputados, que seria preferível adiar os
trabalhos, atendendo ao cenário de incerteza que se vive nas ilhas.A
Comissão de Aprofundamento da Autonomia já tinha aprovado várias
propostas que foram posteriormente votadas no parlamento e regional e
submetidas à apreciação da Assembleia da República, que, entretanto, foi
dissolvida pelo Presidente da República, após o pedido de demissão do
primeiro-ministro, António Costa.Os
deputados açorianos pretendiam ainda fazer alterações à lei eleitoral no
arquipélago no sentido de permitir o voto eletrónico, o voto dos
emigrantes e, eventualmente, também a possibilidade de os eleitores
poderem ordenar as listas de candidatos dos respetivos partidos.Os deputados queriam ainda rever a Lei de Finanças das Regiões Autónomas e a legislação sobre o Poder Local.