Comissão da Transparência aprova alargamento da obrigação de declarar rendimentos
27 de abr. de 2018, 14:08
— Lusa/AO online
Entre
as normas votadas na reunião da Comissão Eventual para o Reforço da
Transparência no Exercício de Funções Públicas apenas foi rejeitada uma
proposta do CDS de equiparar a titulares de altos cargos públicos, para
efeitos de obrigações declarativas, os membros dos gabinetes dos
titulares de cargos políticos.Esta proposta foi recusada com os votos a favor do CDS e do BE, a abstenção do PCP, e os votos contra do PSD e do PS.Os
deputados aprovaram, por outro lado, uma proposta do PSD que cinge a
obrigação declarativa aos "chefes de gabinete dos membros dos governos
nacional e regionais", que contou apenas com a abstenção do PCP.Por
unanimidade foi aprovada a obrigação de declarar património e
rendimentos para os juízes do Tribunal Constitucional, os magistrados
judiciais e do Ministério Público e Provedor de Justiça, de acordo com
propostas do PS e PSD.Recebeu
também unanimidade a proposta do PSD de alargar a obrigação declarativa
aos membros dos órgãos permanentes, com funções executivas, das
direções nacional e das regiões autónomas dos partidos políticos.A
obrigação de declarar rendimentos e património é estendida aos "membros
dos órgãos executivos do poder local", de acordo com propostas do PSD,
PS, BE e CDS, norma que recebeu apenas a abstenção do PCP.Segundo
uma proposta do PS, a exceção serão os vogais das juntas de freguesia
com menos de 10 mil eleitores, desde que sem regime de permanência. A
proposta mereceu a abstenção do CDS e do BE.Foi
aprovada por unanimidade a equiparação a titulares de altos cargos
públicos de gestores públicos, titulares de órgão de gestão de empresa
participada pelo Estado, membros de órgãos de gestão das empresas que
integram os sectores empresarial regional ou local, membros de órgãos
diretivos dos institutos públicos, titulares de órgão de gestão de
entidade pública independente, titulares de cargos de direção superior
do 1.º grau e equiparados, e dirigentes máximos dos serviços das câmaras
municipais. Os
gestores públicos e membros de órgão de administração de sociedade
anónima de capitais públicos, desde que exerçam funções executivas,
ficam também abrangidos pela obrigação declarativa, de acordo com uma
proposta do PSD, aprovada por unanimidade.A
proposta do PS de alargar a obrigação aos titulares de cargos de
direção superior do 1.º grau e do 2.º grau, e equiparados, e dirigentes
máximos dos serviços das câmaras municipais foi aprovada com o voto
contra do PSD e a abstenção PCP.Nas
propostas aprovadas reúne-se também num mesmo artigo, os cargos
políticos que apresentam já aquelas declarações: Presidente da
República; presidente da Assembleia da República; primeiro-Ministro;
deputados à Assembleia da República; membros do Governo; representante
da República nas Regiões Autónomas; membros dos órgãos de governo
próprio das Regiões Autónomas; deputados ao Parlamento Europeu.