Combustível mais caro e valorização do dólar 'dificultam plano de reestruturação'
TAP
7 de jun. de 2022, 14:46
— Lusa/AO Online
A
CEO da companhia aérea está esta tarde a ser ouvida na Assembleia da
República, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e
Habitação, por requerimento do PSD e do PS.“Os
custos de combustível mais elevados e a valorização do USD são
obstáculos que tornam mais difícil a realização do plano”, apontou a
responsável, acrescentando que os custos estimados com combustível são
cerca de 300 milhões de euros superiores ao anteriormente previsto e 200
milhões superior a 2019.No
entanto, Christine Ourmières-Widener reiterou que a sustentabilidade e
sobrevivência da TAP são “absolutamente possíveis”, apesar dos desafios.“Não
podemos comprometer o futuro a longo prazo para resultados a curto
prazo […] Estamos cuidadosamente otimistas”, acrescentou.No
âmbito do plano de reestruturação de que a TAP está a ser alvo, a
Comissão Europeia impôs, entre outras medidas, que a companhia aérea não
pode pedir apoio financeiro adicional ao Governo durante os próximos 10
anos, que a transportadora fique limitada a uma frota de 99 aviões, que
liberte 18 faixas horárias (‘slots’) no aeroporto de Lisboa e que
aliene ou feche ativos não essenciais.O
presidente e a presidente executiva da TAP, Manuel Beja e Christine
Ourmières-Widener, são hoje ouvidos no parlamento, sobre o plano de
reestruturação, a situação económico-financeira e as opções de rotas,
nomeadamente no Norte do país.Os
requerimentos do PS e do PSD para audição de Manuel Beja e Christine
Ourmières-Widener foram aprovados por unanimidade, em 27 de abril, na
Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.De acordo com a proposta de Orçamento Estado, o Governo mantém a previsão de injetar este ano até 990 milhões de euros na TAP.A
TAP teve um prejuízo de quase 1.600 milhões de euros no ano passado,
apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas
relativamente ao ano anterior, segundo comunicou a empresa, esta
segunda-feira.Na
informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM),
a transportadora aérea nacional explica que registou custos não
recorrentes de 1.024,9 milhões – por exemplo, com o encerramento das
operações de manutenção no Brasil – que tiveram impacto nos resultados.No
primeiro trimestre deste ano, os prejuízos da TAP S.A. reduziram-se no
primeiro trimestre para 121,6 milhões de euros, face ao valor negativo
de 365,1 milhões de euros obtido em igual período do ano passado.