Comarca chinesa força população a substituir imagens de Cristo por retratos do presidente chinês
14 de nov. de 2017, 10:52
— Lusa/AO online
Segundo
o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), milhares de
cristãos de Yugan, na província de Jiangsi, sudeste do país, cederam à
pressão das autoridades, alguns sob ameaças de deixar de receber
subsídios de combate à pobreza.O
SCMP estima que 10% da população em Yugan vive abaixo do nível da
pobreza (menos de um dólar por dia), uma percentagem que coincide com a
do número de cristão na região.As
autoridades locais lançaram uma campanha que visa "transformar os
crentes na religião em crentes no Partido [Comunista]" e que inclui a
entrega de centenas de retratos do Presidente Xi e visitas dos líderes
locais a comunidades cristãs para convencê-las a substituir as imagens
religiosas, escreve o jornal."Muitos
camponeses são ignorantes, creem que Deus é o seu salvador, mas depois
do trabalho dos líderes perceberão os seus erros e verão que já não se
devem apoiar em Jesus, mas sim no Partido Comunista", destacou um dos
líderes locais citado pelo SCMP. Xi
Jinping é o mais forte líder chinês das últimas décadas, um estatuto
consagrado durante o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês,
realizado no mês passado. Na
China, as manifestações católicas são apenas permitidas no âmbito da
Associação Patriótica Chinesa, a igreja católica aprovada pelo Estado e
independente do Vaticano.Oficialmente,
o número de cristãos na China continental rondará os 24 milhões, a
maioria dos quais protestantes, o que não chega a dois por cento da
população chinesa - 1.375 milhões de habitantes.O
Governo chinês apela às igrejas católicas do país para aderirem ao
"socialismo com características chinesas" e adotarem "à direção correta
de desenvolvimento".