Comandante norte-americano admite reforço de meios na base das Lajes no futuro

5 de mai. de 2023, 16:06 — Lusa/AO Online

"É algo que estamos a explorar, com base em futuras necessidades, que ainda estão a ser definidas. Os Açores são uma localização estratégica. Os Estados Unidos e Portugal são basicamente melhores amigos e queremos garantir que continuamos a capitalizar essa relação. Estamos definitivamente a considerar um reposicionamento e potencialmente trazer recursos adicionais, seja mão-de-obra ou outros, para ajudar em futuras missões, que ainda estão a ser definidas", afirmou.O comandante do 65th Air Base Group, estacionado na base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores, falava, em declarações aos jornalistas, durante um encontro com a comunicação social, numa altura em que decorre na ilha um exercício militar com quatro aeronaves KC-46 Pegasus, de reabastecimento aéreo.As quatro aeronaves e um Boeing C-17 trouxeram à ilha Terceira aproximadamente 300 militares de New Hampshire, que ficaram alojados na base das Lajes, para participar num exercício que durará cerca de quatro dias."Eles escolheram-nos devido à nossa ótima localização. Estão a fazer um exercício, que podiam fazer em qualquer lado, mas eu estou feliz por os podermos receber aqui, para permitir que possam treinar e executar a sua missão", salientou o comandante.Desde a redução do efetivo, em 2015/2016, estão em permanência na base das Lajes 164 militares, apoiados por 420 civis portugueses, mas Brian Hardeman não fecha a porta a um eventual reforço."No futuro, com base nas missões, esse número pode aumentar. Tudo depende de como as missões forem definidas", adiantou.Nada está "definido com clareza" neste momento, mas "a concorrência estratégica é um 'monstro', que exige muita avaliação e análise"."Queremos ter a certeza de que estamos a dar o nosso melhor para cumprir essa tarefa. Não queremos fazer nada que seja prematuro, que possa interromper as relações entre Portugal e os Estados Unidos, fazendo algo que nos obrigue a recuar", explicou.Desde o processo de redução que os militares são colocados nas Lajes por comissões de um ano, sem direito a acompanhamento familiar pago, mas a Força Aérea norte-americana está também a considerar reverter essa decisão."No futuro, estamos a considerar a melhor forma para trazer as famílias e mudar as comissões de 12 para 24 meses (…) Não é algo que vá acontecer de um dia para o outro, vai defetivamente levar algum tempo, mas é algo que os líderes estão a considerar", adiantou o comandante norte-americano.O KC-46 Pegasus, o mais moderno reabastecedor da Força Aérea norte-americana, tem capacidade para reabastecer um avião C17 ou 10 a 12 caças, em minutos, durante o voo, podendo também ele ser reabastecido no ar.Ainda assim, o comandante norte-americano considerou que a base das Lajes continua a ter um papel importante de apoio às aeronaves que cruzam o Atlântico, até porque tem "a segunda maior pista" em bases onde os Estados Unidos têm presença na Europa, "48% da capacidade combustível e 21% do espaço de estacionamento"."A base das Lajes é absolutamente estratégica. O que podemos fazer a partir deste local é praticamente único no Atlântico e na região de África", reforçou.