Coligação PSD/CDS/PPM nos Açores disponível para dialogar com PS
30 de set. de 2024, 10:14
— Lusa/AO Online
“O
presidente do Governo e presidente do PSD está disponível para dialogar
com todos os partidos, que em conjunto queiram aprovar um orçamento
robusto que permita enfrentar os problemas que temos nos Açores”,
afirmou, em declarações à RTP/Açores, o social-democrata Pedro Gomes, à
margem do 19.º congresso do PS/Açores.No
discurso de encerramento do congresso, o novo presidente do PS/Açores,
Francisco César, defendeu que “quando o interesse regional assim o
impõe”, o partido deve “propor os necessários consensos políticos com o
partido maioritário da coligação”, dando como exemplo a criação de um
grupo de trabalho para salvar o grupo SATA e um pacto na Educação.Reiterou
ainda que o partido estava disponível para viabilizar o orçamento da
região para 2025, mediante o acolhimento de 11 medidas já apresentadas
ao chefe do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro.Pedro
Gomes registou “com agrado” a disponibilidade do maior partido da
oposição nos Açores para procurar um trabalhar em conjunto numa solução
para as companhias aéreas do grupo SATA e destacou outros dois problemas
que a região tem de enfrentar nos próximos tempos: a execução do Plano
de Recuperação e Resiliência (PRR) e a crise na Saúde, gerada pelo
incêndio no maior hospital da região.O
social-democrata afirmou, no entanto, que quando o PS deixou o governo a
dívida pública regional era de “2.400 milhões de euros” e acusou o
partido de não reconhecer “mudanças fundamentais na vida dos açorianos”
introduzidas pela atual governação.“Há um
paradigma político que mudou nos Açores, que o PS teima em não
reconhecer e é por isso que o povo açoriano deu a resposta que tem dado
eleitoralmente”, frisou.Rui Martins, do CDS-PP, disse esperar que o PS traga “soluções” para “problemas muito antigos" que requerem concertação. “Esperamos
que este compromisso de colaboração e cooperação seja efetivo, que o PS
possa construir soluções com quem governa e que possa fazê-lo de forma
justa, realista, construtiva e democrática”, apontou.O dirigente centrista lembrou, no entanto, que o PS “governou durante um quarto de século nos Açores”.“Quando
se fala no insucesso escolar, na pobreza, nas dificuldades financeiras
das empresas públicas regionais, como a SATA, nas dívidas da saúde, não
foi algo que surgiu neste mandato”, apontou.Já
Manuel São João, do PPM, alegou que o PS fez, neste congresso, um “mea
culpa” de 24 anos de governação, interiorizando “o que correu de menos
bem”, ao apresentar como slogan um “Novo Futuro”.O
dirigente monárquico considerou ainda que, ao manifestar
disponibilidade para negociar, o líder regional do PS está a reconhecer
que as políticas implementadas pela coligação foram “as mais assertivas e
as que melhor favorecem os Açores”.“Se as
políticas governamentais fossem tão disparatadas, é evidente que o PS
continuaria a fazer uma oposição cerrada”, justificou.Ainda
assim, Manuel São João defendeu que “tem de haver diálogo, em sede
parlamentar, nomeadamente quanto ao Plano e Orçamento”, garantindo que
os partido não está fechado a entendimentos.