Coligação de Maduro com maioria absoluta após mais de 80% dos votos contados
Venezuela/Eleições
7 de dez. de 2020, 13:38
— Lusa/AO Online
Até
agora, foram contados 5.264.104 votos, dos quais 3.558.320 foram para o
Grande Pólo Patriótico (GPP), em eleições contestadas pela oposição, que
apelou ao boicote.Uma aliança liderada
pelos partidos tradicionais Ação Democrática (AD) e o Comité de
Organização Política Eleitoral Independente (Copei) ficou em segundo
lugar, com 944.665 votos (17,95%), informou a presidente do CNE, Indira
Alfonzo.Tanto o AD como o Copei sofreram a
intervenção do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que impôs como
líderes de ambos os partidos antigos militantes que foram expulsos e
acusados de corrupção pelos seus antigos colegas.Apesar
de os políticos que lideram estes partidos por escolha dos seus membros
terem optado por não participar nas eleições, incluindo o grupo
liderado por Juan Guaidó, os responsáveis nomeados pelo STJ decidiram ir
às urnas.Em terceiro lugar ficou outra
aliança liderada pelo Vontade Popular (VP), o partido de Leopoldo López e
Guaidó, que também sofreu a ingerência do STJ, e que inclui ainda o
Venezuela Unida (VU) e o Primeiro Venezuela (PV). Esta aliança obteve
220.502 votos, o que representa 4,19%.O Partido Comunista Venezuelano teve 143.917 votos (2,73 %), enquanto o resto das formações obtiveram 357.609 votos (6,79 %).A
taxa de participação, de 31%, segundo o CNE, é ligeiramente superior à
de 2005, quando a oposição tradicional também não participou e o
'chavismo' conquistou a maioria absoluta dos lugares por um período de
cinco anos.Nas eleições de domingo
disputavam-se 277 lugares no parlamento, mais 110 do que nas últimas
eleições parlamentares, e ainda não se sabe quantos representantes cada
lado ganhou, embora seja claro que o partido no poder obteve uma clara
maioria.Para dominar a última instituição
que escapa ao seu controlo, Maduro precisa de pelo menos 185 deputados
na nova Assembleia Nacional, que tomará posse no dia 05 de janeiro, para
ter a maioria qualificada de dois terços, com a qual pode assumir o
controlo total da Câmara e exercer todos os poderes legislativos.Nas
últimas eleições parlamentares, ganhas pela oposição, 74,25% das listas
eleitorais participaram, naquelas que foram as votações legislativas
mais concorridas da história do país sul-americano. Desde então, a
tendência abstencionista tem vindo a crescer, devido à desconfiança na
votação.As normas venezuelanas não
estabelecem um mínimo de participação, pelo que a elevada abstenção, a
que a oposição, liderada por Juan Guaidó, tinha apelado, não põe em
causa a legalidade das eleições, ainda que não sejam reconhecidas pela
União Europeia (UE) ou pela Organização dos Estados Americanos (OEA).As
mesas de voto deveriam ter fechado às 18:00 (22:00 em Lisboa), mas o
CNE prorrogou a abertura por mais uma hora ou até que não houvesse
pessoas à espera na fila.Apesar disso, o dia foi marcado por uma forte abstenção, a rondar os 69%.