Coimbra lidera estudo internacional sobre resiliência psicológica à pandemia
Covid-19
27 de abr. de 2020, 10:19
— Lusa/AO Online
Coordenado
por Marcela Matos, do Centro de Investigação em Neuropsicologia e
Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de
Psicologia e de Ciências da Educação da UC (FPCEUC), o estudo, “pioneiro
pelo foco da análise e pela abrangência multicultural da equipa de
investigadores e da população-alvo”, envolve investigadores de 18 países
de todo o mundo, afirma a Universidade, numa nota enviada à
agência Lusa.A equipa reúne especialistas
de Portugal, Espanha, Itália, França, Reino Unido, Dinamarca,
Eslováquia, Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Japão,
Argentina, Chile, Colômbia, Perú, Uruguai, México e Brasil, provenientes
de instituições académicas, empresas e organizações sem fins
lucrativos, como a The Compassionate Mind Foundation, do Reino Unido.Considerando
que a crise associada à covid-19 tem efeitos nefastos tanto na saúde
física quanto na saúde mental das pessoas em todo o mundo, o objetivo do
projeto é “examinar o impacto psicológico desta pandemia e compreender
que fatores podem ser protetores contra as suas consequências negativas
ao nível da saúde mental”, explica, citada pela UC, Marcela Matos.O
projeto “pretende explorar, ao longo do tempo e em diferentes
países/culturas, os efeitos da pandemia covid-19 na nossa sensação de
segurança e ligação aos outros, sintomas psicopatológicos (como a
ansiedade, depressão e trauma), procurando determinar de que modo as
pessoas lidam com esta situação e se a mesma pode ser fonte de
crescimento pessoal pós-traumático”, adianta a investigadora.“Um
dos aspetos mais inovadores consiste na investigação do possível efeito
protetor da compaixão e da autocompaixão”, explicita a coordenadora do
consórcio.A compaixão “tem sido definida
como a sensibilidade ao sofrimento no próprio e nos outros, capaz de
gerar esforços concretos para aliviar ou prevenir esse mesmo
sofrimento”.O projeto investigará, “de
modo transcultural, se a compaixão desempenha um papel protetor
relevante na atenuação dos efeitos nocivos da pandemia na saúde mental
dos indivíduos”, acentua Marcela Matos.O
estudo tem como população-alvo indivíduos da população geral (com idades
compreendidas entre os 18 e os 80 anos), profissionais de saúde e
pessoas em cargos de chefia em empresas e instituições, refere a UC.A participação no estudo envolve “o preenchimento anónimo e confidencial” de um questionário ‘online’.