CNE recebeu 24 queixas, 12 pedidos de parecer e 230 de informação
Açores/Eleições
23 de out. de 2020, 11:15
— Lusa/AO Online
As queixas e
pedidos de parecer chegaram, maioritariamente, dos partidos, que
remeteram à CNE 20 questões. Seguiram-se os cidadãos, que foram
responsáveis por dez dessas iniciativas, as entidades públicas, por
três, e os órgãos das autarquias locais, por outras três.O
tema de 14 dessas queixas não é revelado pelo relatório síntese dos
processos e pedidos de informação da CNE, mas 13 visam órgãos das
autarquias locais, três são sobre entidades públicas e dois são em
relação a órgãos de comunicação social.Há ainda pedidos de parecer em relação ao PPM, ao Bloco de Esquerda, ao Chega, ao Facebook e a “outras entidades”.O tema que mais questões levantou foi o da neutralidade e imparcialidade das entidades públicas, que mereceu 11 queixas.Houve
também questões em relação a propaganda, publicidade comercial e os
delegados, membros de mesa ou assembleias de voto, cinco de cada; o voto
em mobilidade e antecipado com três interpelações; a votação e o
tratamento jornalístico das candidaturas, com duas de cada; o
financiamento das campanhas e o estatuto do candidato.Quanto
a deliberações da CNE, oito interpelações merecerem uma recomendação ou
advertência, incluindo a resposta às queixas de "mais de duas dezenas
de cidadãos" a propósito de um 'e-mail' enviado pela Autoridade
Tributária (AT) sobre o processo de voto em mobilidade para as próximas
regionais de domingo, assinado pelo Governo dos Açores e apresentando a
mensagem "O futuro dos Açores está nas suas mãos".Sobre
essa questão, a CNE determinou que a AT se deve “abster de intervir,
por qualquer forma, nos processos eleitorais” e que, em época de
eleições, o Governo Regional “está sujeito a especiais deveres de
neutralidade e imparcialidade”.Outras dez questões foram objeto de parecer ou esclarecimento e duas mereceram uma injunção.A
CNE referenciou ainda três casos ao Ministério Público, incluindo a
queixa apresentada pelo PS em relação à inscrição “à revelia” de 30
utentes de um lar de idosos da Graciosa no voto antecipado.Na
terça-feira, em resposta à agência Lusa, a CNE referiu que o processo
foi enviado ao MP por "haver indícios de comportamento abusivo" da
provedora da Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz da Graciosa, por
ter utilizado indevidamente os "elementos de identificação dos
cidadãos".Sobram cinco assuntos que tiveram “outro” tipo de deliberação.Os
pedidos de informação por telefone ascenderam aos 174, com temas tão
diversos como candidaturas, voto antecipado em mobilidade,
recenseamento, membros de mesa, direitos dos candidatos, paridade e
financiamento e contas das campanhas.Por escrito, as pessoas foram mais comedidas e pediram apenas 56 esclarecimentos.Foram
os cidadãos quem mais colocou questões – 20 –, seguindo-se os órgãos de
comunicação social, com 12 questões, os órgãos das autarquias locais,
com 11, outras entidades, com oito, sendo que os restantes pedidos de
informação vieram de partidos.Também aqui
foi o voto antecipado que mais dúvidas levantou, o recenseamento
eleitoral e o processo de candidatura suscitaram cinco questões cada e
temas como os tempos de antena, a neutralidade e imparcialidade das
entidades e outros assuntos foram abordados quatro vezes cada.As
legislativas dos Açores decorrem este domingo, com 13 forças políticas
candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD,
CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança,
MPT e PCTP/MRPP. Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.No
arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada
uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não
aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.