CNE lança campanha "votar é seguro" contra abstenção
Presidenciais
6 de jan. de 2021, 12:08
— Lusa/AO Online
A campanha
de sensibilização divulgada ‘online’ pela CNE compara em vídeo atos
quotidianos como ir ao café ou às compras com a ida às urnas no próximo
dia 24 de janeiro, sublinhando que “ir ao café é seguro, votar também”,
uma vez que serão cumpridas todas as regras sanitárias.As
normas para o dia de voto são também ilustradas pela CNE num outro
vídeo, que informa o eleitor sobre os passos a seguir na ida às urnas,
como o uso obrigatório de máscara, a desinfeção das mãos, o respeito
pela distância de segurança e pelos percursos que estarão assinalados
desde a entrada até à respetiva mesa de voto.Em
declarações à Lusa, João Tiago Machado, porta-voz da CNE, apontou que é
comum ouvir, depois de um ato eleitoral com percentagens elevadas de
abstenção, que os portugueses não votaram “porque estava um excelente
dia de praia” ou “porque estava muito mau tempo”.“Há
sempre estas desculpas, e a pandemia podia ser mais uma desculpa. E com
esta campanha nós quisemos mesmo mostrar que só se vai proceder a
eleições porque está tudo salvaguardado que é seguro”, assegurou.O
responsável explicou à Lusa que a campanha foi feita sem elementos
gráficos que a associassem a uma eleição específica, tendo sido pensada
para os dois atos eleitorais marcados para este ano (presidenciais e
autárquicas), tendo em conta que “tudo indica” que poderá ser necessária
de novo em outubro, apontou.Segundo a CNE
está prevista a transmissão desta campanha nos canais tradicionais de
televisão e serão ainda disponibilizados à população folhetos com todas
as regras para o dia da eleição.A acompanhar os vídeos da campanha, a CNE disponibiliza ainda um “tutorial” com as “10 regras para uma mesa de voto segura”.Os
membros das mesas de voto serão responsáveis pela fiscalização do
cumprimento das regras por parte dos eleitores, devendo, por exemplo,
verificar com regularidade se há aglomerações à entrada da sala e
chamar as autoridades “sempre que necessário”.No
âmbito das eleições presidenciais, a CNE apoia ainda o site
“euvoto.pt”, um projeto criado por um conjunto de cidadãos preocupados
com a abstenção jovem, que divulga informações sobre como votar e quais
os candidatos presidenciais na corrida a Belém.João
Tiago Machado adiantou que a CNE decidiu apoiar a iniciativa cidadã
depois de ter verificado que estão a ser cumpridos todos os critérios de
igualdade de oportunidades entre candidatos e congratulou-se pelo
sucesso da iniciativa, que já conta com mais de 4 mil seguidores na rede
social ‘Instagram’.Para a operação das
eleições presidenciais de janeiro, o Ministério da Administração Interna
(MAI) prevê gastos de cerca de 480 mil euros em equipamento sanitário,
como máscaras, viseiras, batas, luvas, álcool e outros.No
passado dia 18 de dezembro, o Governo autorizou a Secretaria-Geral da
Administração Interna a “assumir os encargos orçamentais relativos à
aquisição de material de apoio e de proteção individual Covid-19 para a
eleição do Presidente da República até ao montante máximo de 479.371,05
euros, acrescido de IVA nos termos legais”, segundo portaria conjunta do
Ministério das Finanças e do MAI a que a Lusa teve acesso.As
eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19
em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que
os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em
democracia, desde 1976.A campanha
eleitoral decorre entre o próximo domingo, 10 de janeiro, e 22 de
janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia.
Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco
de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan
Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva,
mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante
do PS Ana Gomes (PAN e Livre). Desde
1976, foram Presidentes António Ramalho Eanes (1976-1986), Mário Soares
(1986-1996), Jorge Sampaio (1996-2006) e Cavaco Silva (2006-2016). O
atual chefe de Estado, eleito em 2016, é Marcelo Rebelo de Sousa, que se
recandidata ao cargo.