“Esta
resposta não prejudica em nada o acesso de qualquer cidadão açoriano
dessas ilhas [sem laboratórios privados] aos testes gratuitos, como
sempre aconteceu. Esta não é a única resposta, nem é uma resposta
restritiva. É mais uma resposta para situações particulares, onde seja
necessário, por vontade do próprio”, afirmou.O
titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, falava, em
declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, numa reação a uma
carta do líder do principal partido da oposição (PS), Vasco Cordeiro, ao
presidente do Governo Regional, da coligação PSD/CDS-PP/PPM, José
Manuel Bolieiro.Na
carta, enviada esta terça-feira, a que a Lusa teve acesso, Vasco
Cordeiro, ex-presidente do executivo açoriano, alertou para “a
necessidade urgente e imperiosa de reforçar a capacidade de testagem e
de rastreio de casos positivos”, criticando a “taxa moderadora de 65
euros” implementada pelo Governo para os testes PCR.Segundo Clélio Meneses, a taxa moderadora é aplicada pelos centros de saúde nas ilhas em que não existem laboratórios privados.“Quando
iniciámos funções, deparámo-nos com muitas queixas de cidadãos de ilhas
onde não há laboratório privado que, para realizar um teste para viajar
e para qualquer um ato do seu interesse pessoal, tinham de sair da sua
ilha para fazer um teste PCR. Isso era inadmissível”, justificou.“O
que foi determinado foi permitir que as unidades de saúde prestassem
esse serviço nas ilhas onde não existisse laboratório pelo valor cobrado
pelos laboratórios”, acrescentou.A
maioria das ilhas dos Açores não tem laboratórios privados com
capacidade de realização de testes PCR de despiste do SARS-Cov-2.O
secretário regional da Saúde lembrou que é possível realizar testes PCR
nos centros de saúde pagando uma taxa moderadora há 10 meses e que a
portaria foi alterada recentemente apenas para permitir que fossem
realizados também testes rápidos de antigénio.“A
taxa moderadora existe há cerca de 10 meses. Não é uma novidade.
Infelizmente, o senhor deputado Vasco Cordeiro não terá acompanhado a
situação”, apontou.O governante disse que estes testes vêm dar resposta sobretudo às pessoas que precisam de realizar um teste para viajar.“Tínhamos
muitos turistas estrangeiros que, para viajar para o seu destino
precisavam de um teste, estavam numa ilha sem laboratório e não
conseguiam realizar este teste, prejudicando a economia dessa ilha,
porque tinham de sair mais cedo”, frisou.