Cinemas portugueses com piores resultados de maio nos últimos dez anos, pandemia à parte
12 de jun. de 2024, 11:02
— Lusa/AO Online
Os dados mensais
de exibição de cinema em Portugal, divulgados pelo Instituto do
Cinema e do Audiovisual (ICA), revelam que em maio se contabilizaram 3,9
milhões de euros de receita, o que significa uma descida de 38,9% face a
maio de 2023. Em termos de audiência mensal, somaram-se perto de 665
mil espetadores, com uma perda de 39,7% face a período homólogo.Comparando
com o mês de maio de anos anteriores, é preciso recuar até 2014 para
encontrar valores tão baixos como os do mês passado, excluindo os anos
2020 e 2021 marcados pela pandemia da covid-19, com o encerramento das
salas, em 2020, e o distanciamento a estabelecer restrições de público,
em 2021.Segundo as estatísticas do ICA, em
maio de 2014, os filmes exibidos em salas portuguesas foram vistos por
683 mil espetadores, tendo sido obtida uma receita de 3,6 milhões de
euros.No passado mês de abril, as salas
portuguesas de cinema já tinham registado 3,8 milhões de euros de
bilheteira, um valor apenas comparável aos 3,6 milhões obtidos em abril
de 2013.Quanto a 2024, o mês de maio
apresenta uma ligeira recuperação em relação ao mês anterior, com quase
mais 32 mil espetadores e mais cem mil euros de receita. Maio e abril,
no entanto, continuam como os piores deste ano para as salas portuguesas
de cinema, tanto em audiência como em receitas, já que nos meses
anteriores se somaram, em média mensal, respetivamente, perto de 896 mil
espetadores e de 5,5 milhões de euros de bilheteira.Em maio, o filme mais visto foi "O reino do planeta dos macacos”, com 96.193 espetadores e 601 mil euros de bilheteira.O
filme “Revolução (sem) sangue”, de Rui Pedro Sousa, estreado a 11 de
abril, mantém-se como a produção portuguesa mais vista em sala, ao somar
20.353 espetadores até ao final de maio e perto de 112 mil euros de
receita, no mesmo período.A descida
acentuada em abril e maio leva a uma quebra de 7,1% de receitas de
bilheteira, para quase 24,5 milhões de euros, nos primeiros cinco meses
do ano, comparando com os 26,3 milhões do mesmo período de 2023.Em
termos de audiência, há perda de 10% face a 2023, com 3,99 milhões de
espetadores, em relação aos 4,43 milhões dos primeiros cinco meses do
ano passado.Este ano, a empresa Cinemundo
lidera entre as distribuidoras cinematográficas, com 1,8 milhões de
espetadores e 11,6 milhões de euros de receita de bilheteira, até 31 de
maio, ocupando uma quota de quase 46% do mercado.Na
exibição, a liderança, no final do quinto mês, mantém-se com a NOS
Lusomundo Cinemas, com 16,5 milhões de euros resultantes dos 2,6 milhões
de bilhetes emitidos, o que representa 64% da quota de mercado do
circuito comercial.Das 530 salas do panorama nacional, 40,4% (214) pertencem à NOS Lusomundo Cinemas.