Cinema de Igualdade de Género volta a São Miguel com sessões descentralizadas
19 de out. de 2020, 17:30
— Lusa/AO Online
A segunda edição da mostra decorrerá
no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, com 18
curtas-metragens, divididas em três sessões, de seis filmes cada, que
“variam, dentro da igualdade de género, desde os direitos LGBT,
transfobia, violência de género, etc.”, e que serão exibidas, de 22 a
24 de outubro, explicou o organizador Bruno Moreira, na apresentação do
evento.O responsável pela seleção dos
filmes adiantou ainda que a seleção inclui “ficção, documentário,
filme-ensaio e animação”, com filmes de vários géneros em cada sessão.Depois
de, no ano passado, terem alcançado a paridade, este ano passam pelo
cartaz mais realizadoras do que realizadores e, ainda, “um filme feito
por uma pessoa transgénero”, destacou Bruno Moreira.Todos
os filmes são internacionais, já que a organização recebeu, para esta
edição, “200 filmes, sendo que nenhum deles, infelizmente, é português”,
lamentou o responsável, recordando que, no ano passado, foram incluídas
as longas-metragens “Rasganço”, de Raquel Freire, e “Ela é uma Música”,
de Francisca Marvão.A vertente social
deste projeto, explicou Joana Amen, vai levar uma seleção de filmes,
“que tocam em temas chave”, às freguesias de Água de Pau, dos Arrifes,
Fenais da Ajuda e Rabo de Peixe, os quatro territórios de São Miguel
identificados como prioritários na Estratégia Regional de Combate à
Pobreza e à Exclusão Social.Para o ano, planeiam, também, chegar à Terra Chã, a quinta freguesia que o documento aponta, na ilha Terceira.Estas sessões realizam-se entre 19 e 22 de outubro, são gratuitas, e destinam-se a um público de maiores de 16 anos.O
objetivo da mostra é “desafiar o conservadorismo e que a sociedade
altere algumas coisas relativamente a esta questão da desigualdade que
existe”, afirmou Joana Amen, acrescentando que, “apesar desta questão
afetar todas as classes sociais, há um público que não vem ao Teatro
Micaelense e a quem não chega este debate”, motivo pelo qual sentiram a
necessidade de descentralizar a iniciativa.A
Imprópria terá uma noite dedicada ao projeto social, em que será
exibido um vídeo que revela como correram as sessões locais, contando
com a presença dos diretores regionais da Solidariedade Social e da
Cultura, e, nas noites seguintes, um espaço de homenagem a mulheres que
se destacam na sociedade.As homenageadas
deste ano são Zuraida Soares, a antiga coordenadora do Bloco de
Esquerda, que morreu em fevereiro de 2020, e que se destacou como
defensora dos direitos sociais e dos direitos das mulheres, e Rosa
Simas, professora universitária, que tem publicado trabalhos sobre
Estudos Comparados e temáticas relacionadas com a Mulher, a Migração, o
Ensino, a Tradução e o Ambiente, destacando-se a coletânea bilíngue de
seis volumes “A Mulher nos Açores e nas Comunidades”.“Para
o ano, gostávamos também de homenagear homens. Embora os homens, nesta
luta, sejam uma coisa mais recente, também já existe. Esperamos que haja
igualdade também a esse nível”, confessou Joana Amen.