Cimeira Social começa sexta-feira com 24 dos 27 lideres dos Estados-membros presentes
6 de mai. de 2021, 10:44
— Lusa/AO Online
A secretária de Estado dos
Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, disse à Lusa que, a até meio da
tarde de quarta-feira, tinha indicação da participação presencial na
Cimeira dos líderes de praticamente todos os Estados-membros da UE, à
exceção da chanceler alemã, Angela Merkel, e do primeiro-ministro
holandês, Mark Rute, que anularam a deslocação a Portugal devido à
situação pandémica nos respetivos países, mas asseguraram a sua
participação “em todos os momentos” por videoconferência.Já
posteriormente soube-se que, o primeiro-ministro de Malta, Robert
Abela, informou que também não se desloca ao Porto porque está em
quarentena, depois da sua mulher ter testado positivo para a Covid-19.Os
presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, do Conselho Europeu,
Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assim como
os vice-presidentes executivos da Comissão Margrethe Vestager e Valdis
Dombrovskis, o Alto Representante Josep Borrell e os comissários Elisa
Ferreira, Mariya Gabriel e Nicolas Schmit, estarão presentes.No
total, a presidência portuguesa do Conselho da UE espera mais de 100
participantes na Cimeira, que se desdobra numa conferência, na
sexta-feira, na Alfândega do Porto, com líderes políticos e
institucionais, parceiros sociais e sociedade civil, e num Conselho
Europeu informal, no sábado, no Palácio de Cristal, no qual Portugal
espera um compromisso político com a agenda social europeia.A
diferença em relação à anterior Cimeira Social, realizada em
Gotemburgo, em 2017, é, tem frisado a presidência portuguesa, ser a
primeira vez que um tal compromisso é firmado não apenas ao nível
institucional, mas também com os parceiros sociais e a sociedade civil.Essa
abrangência deixa o primeiro-ministro, António Costa, confiante na
aprovação do primeiro “acordo interinstitucional” da história da UE, um
“forte endosso político” ao Pilar Europeu dos Direitos Sociais.Um
rascunho da Declaração do Porto, datado de terça-feira passada, prevê
um compromisso dos 27 com a proteção e a criação de emprego, apostando
na retoma económica e no combate à pobreza e às desigualdades,
necessidades sociais impostas pela chamada dupla transição, verde e
digital, e acentuadas pela pandemia de covid-19.“A
implementação dos princípios do Pilar Europeu dos Direitos Sociais será
essencial para assegurar a criação de mais e melhores empregos para
todos, no quadro de uma recuperação inclusiva”, realça o documento, que
ainda terá de ter aval dos Estados-membros.A
Cimeira Social, definida pela presidência portuguesa como ponto alto do
semestre, tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos
Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março.O
plano estabelece três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da
população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação
anualmente menos 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais
crianças, em risco de pobreza e exclusão social.Na
sexta-feira, o programa começa às 11h00 (menos uma nos Açores), com uma cerimónia de entrega
das chaves da cidade do Porto aos presidentes das três instituições
europeias (Parlamento, Conselho e Comissão).A
sessão de abertura da Cimeira Social, com António Costa e Ursula von
der Leyen, está marcada para as 14h00, seguindo-se, ao longo da tarde,
sessões de trabalho sobre emprego, qualificações e proteção social, e
intervenções de representantes dos parceiros sociais, da sociedade civil
e das instituições.Após uma apresentação
dos resultados dos trabalhos, realiza-se uma conferência de imprensa com
António Costa, David Sassoli, Charles Michel e Ursula von der Leyen.O
programa de sexta-feira termina com um jantar dos membros do Conselho
Europeu (que reúne os líderes dos Estados-membros), no Palácio de
Cristal.No sábado, às 09h30, começa a
reunião informal do Conselho Europeu, seguida, pelas 12h00, de uma
conferência de imprensa com o primeiro-ministro, o presidente do
Conselho e a presidente da Comissão.Ao
princípio da tarde realiza-se a Cimeira UE-Índia, que reunirá os líderes
dos 27 e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que anunciou há
cerca de duas semanas a impossibilidade de estar presente devido à grave
situação pandémica no seu país, participando remotamente no encontro.