Cimeira ibérica será "momento ideal" para anunciar alta velocidade para a Galiza
28 de jul. de 2022, 11:55
— Lusa/AO Online
"Nós
teremos uma cimeira ibérica muito em breve, eu acho que esse será o
momento ideal", respondeu o ministro das Infraestruturas e Habitação,
Pedro Nuno Santos, a uma questão da Lusa acerca das sucessivas
apresentações da Infraestruturas de Portugal (IP) sobre o tema, mas sem
uma concretização definitiva.O governante
falava aos jornalistas em Viana do Castelo, após a viagem inaugural das
primeiras carruagens Arco renovadas, compradas à espanhola Renfe em 2020
por 1,65 milhões de euros, num total de 51 unidades."Posso-vos
garantir que nós estamos a trabalhar bem com o lado espanhol, tanto com
o Governo espanhol como com o Governo da Galiza, e portanto as coisas
estão a correr bem", disse Pedro Nuno Santos, assegurando que "a vontade
de ligar a Galiza ao resto de Portugal é fundamental para todos os
lados" da fronteira.Segundo o ministro, "é do interesse tanto da Galiza como de Portugal" existir a ligação.Questionado sobre se Lisboa e Madrid poderiam bloquear as ambições regionais, Pedro Nuno Santos disse: "não, não vão"."Nós queremos. A Galiza quer", respondeu.Interpelado
sobre se Madrid quer, o ministro português disse que "Espanha
obviamente quer ajudar a que a Galiza tenha aquilo que quer".O
primeiro-ministro, António Costa, afirmou em 03 de junho que acertou
com o seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, que a próxima Cimeira Luso
Espanhola vai realizar-se no outono, no Minho, estando em destaque a
ciência e o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia de Braga.A
fase 1 da ligação ferroviária de alta velocidade entre o Porto e Vigo
poderá vir a custar mais 350 milhões de euros do que o previsto
inicialmente, segundo um documento apresentado por um diretor da
Infraestruturas de Portugal (IP) em março, passando a 1.250 milhões de
euros ao contrário dos 900 inicialmente previstos.Já
sobre a ligação atual pela linha do Minho, e acerca da ligação entre o
Porto e Vigo ser feita por um comboio a gasóleo apesar de a linha estar
eletrificada dos dois lados da fronteira, Pedro Nuno Santos reconheceu
que "há um trabalho a fazer com o Governo espanhol" sobre as diferenças
de tensão elétrica entre os dois países.Relembrando
que a espanhola Renfe tem locomotivas bitensão, ao contrário do que
acontece com a CP - Comboios de Portugal, o ministro falou na
necessidade de fazer um "trabalho para que os espanhóis se aproximem da
tensão" usada em Portugal.O presidente em
exercício da CP, Pedro Moreira, disse aos jornalistas, na mesma ocasião,
que a empresa está "a trabalhar com a Renfe" para ultrapassar a questão
"tão rapidamente quanto possível"."Ainda
não temos valores", afirmou o responsável da transportadora quando
questionado se a solução seria dispendiosa, frisando que para já a
discussão com congénere espanhola "está ao nível técnico".Sobre
esta questão, o ministro Pedro Nuno Santos referiu que não é possível
"resolver os problemas num dia, numa semana, num ano, ainda para mais
numa área que esteve sob esquecimento nacional durante décadas", mas
disse haver uma "certeza clara" sobre a capacidade do Governo em fazer
"mesmo".