Cientistas dizem que Ómicron é um alerta da ameaça do vírus
Covid-19
24 de dez. de 2021, 08:18
— Lusa/AO Online
A conclusão consta numa análise publicada revista na Science.O
microbiólogo da Universidade de Cambridge Ravindra Gupta e o
investigador do Scripps Research Translational Institute Eric Topol
analisaram estudos recentes sobre infeções após a vacinação e sobre a
eficácia das doses de reforço na proteção contra variantes, em especial a
Delta. Os autores recordam os elevados
níveis de proteção das vacinas de ARN, como a Pfizer e a Moderna, contra
la covid-19 sintomática, mas que diminui com o tempo, especialmente nas
pessoas com mais idade e nas imunodeprimidas. Os
estudos indicam que o tempo é um factor chave na diminuição da eficácia
das vacinas e que a perda de proteção “provavelmente se amplifcou pelo
aumento da prevalência da variante Delta”, escrevem os cientistas. Os
estudos imunológicos da resposta às injeções de reforço administradas
seis meses depois da vacinação completa mostram “de forma uniforme da
indução de quantidades muito elevadas de anticorpos neutralizantes”. Os
autores citam um estudo realizado em Isarel, onde mais de 1,1 milhões
de pessoas com mais de 60 anos receberam um reforço de uma vacina de
ARNm e se conseguiu restaurar uma eficácia de mais de 90% contra a
covid-19 grave. Apesar dos esforços serem
importantes e poderem continuar a ser durante algum tempo, as
intervenções não farmacêuticas, como o uso de máscaras e o
distanciamento social, não só ajudam a reduzir os casos de covid-19,
como também limitam a oportunidade de surgirem variantes que podem
evadir a imunidade. As novas variantes
podem evoluir a partir da Delta, serem totalmente diferentes e,
inclusive, “podem ser recombinações de variantes devido a infeções
mistas dentro de hóspedes individuais”.O
dois especialistas referem-se, também, à variante B.1.1.529 (Ómicron),
que vai ganhando terreno em todo o mundo e que apresenta múltiplas
mutações.A continuidade da transmissão do
coronavírus em populações muito vacinadas “sublinha a necessidade de
ampliar a vacinação em todos os grupos etários, mantendo ao mesmo tempo
as medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras”, consideram Gupta
e Topol.