Cidade chinesa de Cantão coloca o maior distrito sob confinamento
Covid-19
21 de nov. de 2022, 17:46
— Lusa/AO Online
O surto em Cantão é um teste à
tentativa da China de adotar uma abordagem mais “direcionada”, enquanto
mantém a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. A capital da província
de Guangdong registou quase 9.000 casos nas últimas 24 horas, de longe o
maior surto ativo no país.A China é o
único grande país do mundo que continua a impor medidas altamente
restritivas de prevenção epidémica, incluindo o bloqueio de distritos e
cidades inteiras, a realização de testes em massa e o isolamento de
todos os casos positivos e respetivos contactos diretos.O
distrito de Baiyun, em Cantão, também suspendeu as aulas presenciais
nas escolas e bloqueou os espaços universitários. As medidas devem durar
até sexta-feira, anunciou a cidade.“Está
tudo em suspenso”, descreveu Alexandre Castro, treinador português de
futebol radicado há três anos na cidade chinesa. “Já armazenamos comida
para pelo menos duas semanas”, disse à agência Lusa.No
domingo, Pequim registou duas mortes. Foram os primeiros óbitos em todo
o país, em mais de seis meses, provocados pelo novo coronavírus.Embora
os críticos tenham questionado os dados da China e, especificamente, o
número de mortos, a estratégia chinesa evitou surtos maciços e manteve
os novos casos diários mais baixos do que no resto do mundo.Diretrizes
nacionais publicadas no início deste mês pediram aos governos locais
que sigam uma abordagem científica e direcionada, e que evitem medidas
desnecessárias. As autoridades querem
evitar bloqueios de cidades inteiras, para tentar minimizar o impacto na
atividade económica, mas sem abdicar da estratégia que visa eliminar
surtos do novo coronavírus, tendo anunciado uma redução do período de
quarentena para viajantes oriundos do exterior e contactos diretos de
casos positivos, e o fim da interrupção dos voos com casos a bordo,
entre outras medidas.O relaxamento de
algumas medidas é uma tentativa de tornar as políticas mais “científicas
e precisas”, disse o vice-diretor da Comissão Nacional de Saúde, Lei
Haichao.