Chuvas e ventos mais intensos do Milton devem-se a alterações climáticas
12 de out. de 2024, 09:00
— Lusa
Os trabalhos da rede World
Weather Attribution (WWA) concluem que sem as alterações climáticas, o
furacão teria tocado terra na Florida na categoria 2, ao invés da
categoria 3, de acordo com a escala Saffir-Simpson, que mede a
intensidade dos ventos numa escala até cinco níveis.De
acordo com a agência americana de observação oceânica e atmosférica
(NOAA), os riscos de prejuízos são multiplicados por quatro a cada
aumento de categoria.A análise do grupo
WWA indica igualmente que chuvas similares às do furacão Milton são hoje
cerca de duas vezes mais prováveis devido ao aquecimento global, que já
é de 1,3oC em relação à era pré-industrial.A
análise rápida, publicada apenas dois após a passagem do Milton pela
Florida, é menos aprofundada do que os estudos frequentemente realizados
por deste grupo de investigadores internacionais.Os
investigadores publicaram na quarta-feira um trabalho detalhado sobre o
furacão Hélène, que atingiu a Florida duas semanas antes do Milton,
portanto, com muitos fatores semelhantes.Os resultados do Milton são também consistentes com outros relativos a furacões na mesma zona, de acordo com a WWA.“Estamos,
por isso, confiantes no facto de que as mudanças nas fortes chuvas (do
Milton) são imputáveis às alterações climáticas de origem humana”,
escreveu o grupo na sua análise.A rápida
intensificação do Milton foi favorecida “por temperaturas muito elevadas
da superfície do mar no Golfo do México”, acrescentam.