China levanta restrições à circulação de pessoas em Wuhan 76 dias depois
Covid-19
7 de abr. de 2020, 18:05
— Lusa/AO Online
Segundo reporta a agência Associated Press, a proibição, que tem
servido de modelo a grande parte dos países afetados pelo novo
coronavírus, terminou às 00h00 locais de quarta-feira em Pequim (17h00
em Lisboa, menos uma nos Açores), pondo cobro às medidas decretadas a 23 de janeiro passado.
Imediatamente após o fim da proibição, os cerca de 11 milhões de
residentes podem já viajar sem qualquer autorização especial de e para
Wuhan, tendo, no entanto, de seguir uma série de regras decretadas pelo
Governo chinês. Todos os viajantes terão
de utilizar obrigatoriamente uma aplicação nos telemóveis que junta uma
série de dados de localização e de vigilância governamental que permitem
demonstrar que estão saudáveis e que não estiveram recentemente em
contacto com alguém contaminado com o novo coronavírus.
As restrições na cidade em que se registou a maioria das 82.000
infeções detetadas na China, que causaram cerca de 3.300 mortos, têm
vindo a ser aligeiradas nas últimas semanas, à medida que o número de
novos casos tem descido. Os últimos dados oficiais divulgados pelo Governo indicam que não se registou qualquer caso nas últimas 24 horas.Imediatamente
após a meia-noite local, centenas de passageiros preparavam-se para
abandonar Wuhan, enchendo a estação ferroviária da cidade, relata, por
seu lado a a agência France-Presse.Nas
várias estações de Wuhan era percetível uma relativa efervescência, à
medida que as centenas de passageiros lá chegavam e aguardavam pelo
comboio.As forças de segurança chinesas,
com megafones na mão, lembravam aos viajantes as medidas de higiene e o
distanciamento de um metro entre as pessoas, enquanto dos altifalantes
das diferentes estações ferroviárias saíam com elogios a Wuhan, "cidade
de heróis".No entanto, Wuhan continua a
ser uma cidade enlutada pela pandemia na China, pois mais de 2.500
habitantes locais morreram, parte significativa do total de vítimas
mortais registadas a nível nacional.O
número de comboios e de aviões que partem de Wuhan continua, para já,
limitado, uma vez que estão ainda em vigor muitas das restrições às
deslocações dentro da cidade, medidas que visam evitar qualquer
ressurgimento das infeções.Wuhan, na
província de Hubei, é um importante centro da indústria pesada chinesa,
em particular na vertente automóvel, e, à medida que as principais
fábricas retomam a produção, os pequenos e médios empresários que
garantem a maioria do emprego, continuam a sofrer com a falta de
trabalhadores e de procura.