China considera prisão de Guantánamo como “ferida aberta” pelos EUA em Cuba
20 de dez. de 2024, 15:47
— Lusa/AO Online
O
porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian,
respondeu assim a perguntas sobre a recente libertação de dois
prisioneiros malaios detidos nas instalações.Lin
classificou a ocupação norte-americana da Baía de Guantánamo, na ponta
leste de Cuba, como uma “grave violação do direito internacional e da
soberania cubana”.Ele afirmou que “a
detenção arbitrária e a tortura têm sido uma constante” na prisão,
descrevendo-a como um “campo de concentração dos Estados Unidos” que não
respeita as normas norte-americanas em matéria de direitos humanos.“A
comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, apelou
repetidamente ao encerramento de Guantánamo e à justiça para os detidos,
mas os EUA não cumpriram estas exigências nem as suas próprias
promessas”, afirmou Lin.O porta-voz também
criticou a duplicidade de critérios de Washington ao manter Cuba na
“Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo” enquanto perpetua estas
práticas.“A comunidade internacional vê claramente esta hipocrisia”, sublinhou.A
China reafirmou o seu apoio à soberania de Cuba e condenou as “ações de
intimidação” dos EUA, incluindo o embargo económico e financeiro.O
porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros instou Washington a
“devolver o território de Guantánamo ao povo cubano, encerrar o centro
de detenção e retirar Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo”.Os
Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o repatriamento para a
Malásia de dois reclusos da prisão de Guantánamo que cooperaram com as
autoridades norte-americanas, Mohammed Farik bin Amin e Mohammed Nazir
bin Lep, elevando para 27 o número de detidos na prisão, 15 dos quais
são elegíveis para transferência, segundo o Departamento da Defesa.Os
primeiros prisioneiros chegaram a Guantánamo no âmbito da “guerra
contra o terrorismo” lançada pelo então presidente republicano George W.
Bush (2001-2009) após os atentados de 11 de setembro de 2001, em que
morreram cerca de 3.000 pessoas.A base
chegou a albergar cerca de 780 prisioneiros e os que restam estão agora
divididos em dois campos: o primeiro para os presos considerados de
“alto perfil”, como os acusados dos atentados de 11 de setembro de 2001,
e o segundo para os presos de menor importância.