China avisa os Estados Unidos de que é “impossível” forçar dissociação das economias

25 de fev. de 2021, 13:15 — Lusa/AO Online

"É impossível pressionar por uma dissociação das indústrias ou usar o poder político para forçar mudanças nas leis económicas", apontou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China Zhao Lijian.Na quarta-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que Os Estados Unidos "devem garantir que a escassez de produção, interrupções comerciais, desastres naturais ou ações de rivais e adversários estrangeiros não voltam a deixar a América numa posição vulnerável".O objetivo de Washington é não depender da produção e importação de bens produzidos por "rivais estrangeiros", numa referência à China.O Presidente norte-americano, Joe Biden, deve assinar um decreto na quarta-feira que estabelece 100 dias para apresentar um relatório detalhado sobre a reavaliação das cadeias estratégicas para o país."A China espera que os Estados Unidos cumpram as regras do livre comércio e protejam a estabilidade e confiabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais", respondeu o porta-voz chinês, acrescentando que não deve ser esquecido que "os interesses de todos os países estão profundamente interligados"."A China opõe-se a quaisquer acusações infundadas ou estigmatização das suas atividades económicas e comerciais", apontou.Na quarta-feira, o novo ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, disse que está à "espera e disposto a trabalhar" com os Estados Unidos para "fortalecer o comércio" bilateral, mas ressaltou que vai ser preciso "lidar com as discrepâncias" nesta matéria.O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, também pediu aos EUA esta semana que removam as taxas alfandegárias impostas aos produtos chineses e levantem as sanções às empresas e instituições chinesas, visando melhorar as relações, que se deterioraram rapidamente durante a presidência de Donald Trump.As duas maiores economias do mundo travam uma prolongada guerra comercial e disputas em tornos dos Direitos Humanos, a soberania do mar do Sul da China ou o estatuto de Taiwan. Embora Biden tenha prometido uma abordagem diferente, o seu Governo parece inclinado em manter a pressão sobre o país asiático.