China assegura fornecer todas as informações à OMS sobre o país
Covid-19
22 de dez. de 2022, 13:20
— Lusa/AO Online
Tedros Ghebreyesus disse que a OMS estava muito preocupada
com a evolução da pandemia na China e que precisa de mais informações
sobre hospitalizações e internamentos em unidades de cuidados intensivos
para fazer uma avaliação precisa.Num
único comentário às declarações do diretor-geral da OMS, a porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse que a China
tem dado todas as informações à OMS sobre a situação no país.“Desde
que começou a covid, o lado chinês tem partilhado informações sobre a
epidemia de forma atempada, aberta e transparente, de acordo com a lei, e
informado a OMS sobre a situação da covid na China”, disse Mao, de
acordo com a transcrição da sua conferência de imprensa regular.No
início de dezembro, as autoridades chinesas retiraram grande parte das
medidas draconianas que constituíam a sua estratégia de tolerância zero
contra a covid-19, alegando que nesta “nova situação” o vírus causa
menos mortes.O fim dos testes PCR de
rotina obrigatórios para a maioria da população resultou recentemente na
deteção de um número significativamente menor de casos, noticiou a
agência espanhola EFE.Nos últimos dias,
foram levantadas dúvidas relativamente aos dados sobre vítimas mortais
fornecidos pelas autoridades de saúde, que passaram a incluir apenas os
casos de pneumonia ou insuficiência respiratória no seu número oficial
de mortes por covid-19.As mortes que
ocorrem em doentes com doenças preexistentes não são contadas como
mortes por covid-19, disse Wang Guiqiang, chefe no Hospital n.º 1 da
Universidade de Pequim, na quarta-feira, citado pela agência
norte-americana AP.O novo critério de
contagem fez com que apenas tenham sido contabilizadas seis mortes por
covid-19 desde o levantamento, no início de dezembro, das restrições
impostas pela política de tolerância zero.No
início da semana, vários crematórios na China admitiram estar
sobrecarregados devido à nova onda de casos de covid-19, apesar de o
número oficial de mortos ser reduzido.O
levantamento das restrições seguiu-se a protestos em várias partes do
país na sequência da morte de dez pessoas num edifício em Urumqi
(noroeste) sob medidas de confinamento que terão demorado o socorro dos
bombeiros.O Governo chinês afirma que
salvou milhões de vidas através da política “covid zero”, que consiste
no isolamento de todas as pessoas infetadas e dos seus contactos
próximos, controlos fronteiriços rigorosos, confinamento parcial ou
total em locais onde são detetados casos, e testes PCR constantes da
população urbana.Segundo os dados
transmitidos por Pequim à OMS, entre 03 de janeiro de 2020 e 21 de
dezembro de 2022 (quarta-feira), a China registou 10.112.335 casos de
covid-19 e 31.431 mortos.Até 29 de novembro, foram administradas na China mais de 3.465 milhões de doses de vacinas anticovid.