Cheque-livro disponível a partir de 02 de janeiro e livrarias já se podem candidatar
Hoje 15:49
— Lusa/AO Online
“Se nasceste em 2007 ou 2008,
começa já a escolher as tuas próximas leituras. A partir de 2 de
janeiro, tens acesso a um cheque de 30€, válido para uma única compra,
em qualquer livraria aderente. A partir de agora, as livrarias já podem
candidatar-se à 2.ª edição do cheque-livro”, lê-se na página oficial do
Ministério da Cultura no Instagram.O novo
cheque-livro pode ser utilizado pelos jovens residentes em Portugal
nascidos em 2007 ou 2008 até ao dia 30 de junho de 2026, especifica a
portaria que aprova o regulamento da segunda edição do programa,
publicada no dia 24 de dezembro em Diário da República.“Esta
nova edição reforça o compromisso com a promoção dos hábitos de leitura
entre os jovens, incentiva a escolha livre e autónoma de livros,
promove a diversidade editorial e alarga o alcance da medida de forma a
abranger um maior número de jovens, famílias e territórios”, lê-se no
diploma.Segundo a tutela, “integra, ainda,
aperfeiçoamentos decorrentes da avaliação da edição anterior, com o
objetivo de melhorar a aplicação dos recursos públicos e de garantir uma
resposta mais adequada às comunidades educativas e culturais”.“A
promoção dos hábitos de leitura junto das crianças e dos jovens assume
particular relevância, uma vez que é nestas fases da vida que se formam
disposições duradouras de interesse pelo conhecimento, pelo pensamento
crítico e pela participação na vida cultural. O contacto regular com os
livros contribui para a formação de leitores autónomos e para a
construção de percursos pessoais e profissionais mais informados e
conscientes”, especifica ainda o regulamento do programa.A
ministra da Cultura, Juventude e Desporto, Margarida Balseiro Lopes,
anunciou no dia 17 de dezembro que a nova edição do cheque-livro iria
avançar ainda neste mês, relegando para mais tarde a extensão deste
programa aos ‘ebooks’, uma proposta do Chega que foi aprovada pelo
parlamento, mas cuja redação “não é muito clara” quanto à sua
exequibilidade.“A redação da proposta em
causa não é muito clara - vou utilizar esta terminologia - mas vamos
aguardar a entrada em vigor do Orçamento para a estudar com mais
detalhe”, afirmou, numa referência ao diploma que prevê que “na edição
de 2026 do Programa Cheque-Livro", seja "criado um cheque ‘e-book’, nos
mesmos termos do cheque-livro para livros físicos, no valor de 60
euros”.Além disso, a atual plataforma para
a emissão dos cheques-livros nem sequer está preparada para poder
emitir ‘vouchers’ para ‘e-books’, salientou.Para
já, avança o cheque-livro, como estava previsto, de modo a que esta
edição “possa decorrer com melhorias muito significativas em relação
àquela que foi a primeira edição”, disse, na altura, a ministra, falando
aos jornalistas no final da reunião do Conselho de Ministros.Entre
as alterações introduzidas por este executivo, estão o aumento do valor
de cada cheque-livro de 20 para 30 euros e a possibilidade de o
utilizar na compra de um livro de valor inferior, o que até ao momento
não era possível.“Se um jovem quisesse
escolher um livro de 19 euros, não podia usar o cheque, só se fosse de
20 ou de 21 euros. Esta era uma regra que para nós não fazia sentido.
Corrigimos e, naturalmente, agora um jovem pode comprar - já não serão
os 20, serão os 30 [euros] - um livro de 28 euros, sem que alguém lhe
diga que se for abaixo não pode usar, porque, objetivamente, era uma
regra sem sentido”, explicouPor isso, a
medida vai arrancar no final deste ano e depois, “de acordo com essa
proposta, tratar-se-á da edição de 2026”, pois haverá tempo para “depois
a trabalhar”.De qualquer forma, “do ponto
de vista técnico, não era possível implementar a medida logo no dia 01
de janeiro, porque os ‘e-books’ têm um conjunto de implicações que neste
momento não são preenchidas na plataforma que atualmente temos à nossa
disposição”, ressalvou ainda Margarida Balseiro Lopes.No
dia 26 de novembro, o parlamento aprovou uma proposta de alteração ao
Orçamento do Estado do próximo ano para alargar aos ‘e-books’ o
cheque-livro atribuído aos jovens que façam 18 anos em 2026.A
extensão desta iniciativa, já existente para a compra de livros
físicos, resulta de uma emenda ao orçamento apresentada pelo Chega, que
recebeu luz verde durante a votação na especialidade do Orçamento do
Estado para 2026 (OE2026).Com a medida, a
legislação passa a prever que “na edição de 2026 do Programa
Cheque-Livro, [seja] criado um cheque e-book, nos mesmos termos do
cheque-livro para livros físicos, no valor de 60 euros, beneficiando
deste as pessoas singulares, residentes em território nacional,
detentoras de cartão de cidadão e que perfaçam 18 anos nesse ano civil”.Nos
termos da redação desta proposta, o cheque ‘e-book’ a ser criado teria o
dobro do valor do cheque-livro, introduzindo uma discrepância de
valores, de acordo com o formato de livro a adquirir.Além
disso, não clarifica se esta medida prevê que cada jovem possa
descarregar um cheque de cada, ou se terá de optar entre o cheque-livro
ou o cheque e-book”.Questionado, na
altura, sobre esta matéria, o grupo parlamentar do Chega esclareceu que a
proposta prevê que os cheques sejam cumulativos e que o valor definido
(de 60 euros) é o total, ou seja, 30 euros para o cheque-livro e 30
euros para o cheque 'e-book'.De acordo com
estes esclarecimentos, o orçamento total previsto para o programa
cheque-livro duplica, embora não tenha sido divulgado o montante total
previsto no OE para esta medida.